“Banco de Portugal vai entrar numa fase de resultados negativos”, avisa Centeno
Banco de Portugal vai ter perdas nos próximos anos devido à subida dos juros, avisa o governador. Mas instituição tem almofada “confortável” para enfrentar prejuízos e não haverá perturbações.
O Banco de Portugal “vai entrar numa fase de resultados negativos”, avisou o governador. Mas Mário Centeno assegurou que a instituição dispõe de uma almofada “confortável” e “suficiente” para enfrentar os prejuízos e que esta situação não criará perturbações na capacidade de atuação do supervisor.
“O número [dos resultados] não vai ter o mesmo sinal de 2022. O banco vai entrar numa fase de resultados negativos cuja dimensão depende de decisões que ainda estão a ser tomadas”, afirmou Mário Centeno esta quarta-feira na apresentação das contas do ano passado. O Banco de Portugal registou um lucro de 297 milhões no ano passado e entregou 371 milhões ao Estado em dividendos e impostos.
Mas “não há nenhuma perturbação para o Banco de Portugal, economia portuguesa, e de o banco prestar apoio ao sistema financeiro e preservar o interesse geral, que é reduzir a inflação. Nada deste resultado afeta minimamente a capacidade do banco nestes aspetos”, assegurou o governador.
Mário Centeno referiu que o banco reforçou as provisões para riscos gerais em 235 milhões de euros, com a almofada do Banco de Portugal a ascender agora a 3,9 mil milhões. Estas provisões serão utilizadas para cobrir as perdas e levar os resultados a zero, evitando assim um cenário de prejuízos, algo que os outros bancos centrais também já fizeram no ano passado.
“Estas provisões foram feitas como sinal de cautela face ao momento que sabíamos que ia acontecer, com saída desejável dos juros muito reduzidos. E serão suficientes para a evolução expectável deste processo”, considerou.
Centeno revelou que o Banco de Portugal vai mobilizar estas provisões já este ano, “num valor atingirá o seu valor máximo”. “É previsível que depois haja um alívio”, acrescentou.
Ainda assim, sem arriscar qual a dimensão dos prejuízos que o Banco de Portugal vai ter no futuro, o governador lembrou as perspetivas atuais que apontam para uma trajetória das taxas de juro a aproximarem-se dos 2% apenas em 2026. Por exemplo, na Holanda, o banco central só espera regressar aos lucros em 2028.
(Notícia atualizada às 12h27)
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