Portugal com juros mais negativos na dívida de curto prazo
O IGCP voltou aos mercados para se financiar em 1.250 milhões de euros. Conseguiu o montante total, beneficiando de juros ainda mais baixos face às últimas emissões comparáveis.
Portugal obteve os 1.250 milhões de euros que pretendia em mais um leilão de dívida de curto prazo. Em mais uma emissão concorrida, ainda que menos do que a anterior, o IGCP acabou por conseguir financiar-se com taxas ainda mais baixas face às últimas emissões comparáveis, sendo os juros negativos em ambos os prazos. Os títulos a três meses foram emitidos com um juro de -0,266%.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) pretendia obter entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros em bilhetes com prazos de três meses e 11 meses. Acabou por se financiar em 1.250 milhões de euros, o montante máximo, sendo que a maior “fatia” foi colocada no prazo mais longo, a 11 meses.
Na maturidade mais longa foram obtidos 950 milhões de euros com uma taxa de juro de -0,135%, o que compara com os -0,096% registados em fevereiro. Já no prazo a três meses a taxa foi a mais baixa de sempre: -0,266%. Na anterior operação, realizada também em fevereiro, o país tinha registado uma taxa de -0,219%.
"A descida do prémio de risco em toda a Zona Euro justifica estas taxas negativas nos dois prazos, ainda mais negativas que as emissões anteriores.”
Portugal continua a conseguir taxas negativas nos leilões de dívida de curto prazo, registando mesmo juros mínimos históricos, apesar de no longo prazo apresentar custos de financiamento elevados. O custo médio da dívida emitida em 2017 subiu para 3,4%, face à taxa de 2,5% que o Tesouro português pagou em média no ano passado. Ainda assim, no mercado secundário, as taxas têm caído, estando em mínimos de três meses.
“A descida do prémio de risco em toda a Zona Euro justifica estas taxas negativas nos dois prazos, ainda mais negativas que as emissões anteriores”, refere Filipe Silva. “É um movimento que vimos sentido nas últimas semanas, e especialmente na última semana, o da queda das taxas. Na dívida portuguesa a 10 anos que há um mês estava nos 4,2% hoje está nos 3,76%, numa descida considerável para um curto espaço de tempo”, remata o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa.
“Apesar de algum sentimento de risco nos mercados financeiros, que levou o uma subida na volatilidade do spread da divida soberana entre os países do sul para a alemã, Portugal acabou por se financiar a níveis mais favoráveis”, nota José Lagarto, gestor de ativos da Orey iTrade. “Não deixa de ser um sinal positivo para o sentimento em torno do país, a dias da reavaliação do rating de Portugal por parte da DBRS“, conclui.
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