“Cavaco Silva está muito mal resolvido com o passado por ser um politico de má memória”, diz PS

João Torres, secretário-geral adjunto do PS, afirmou que o seu partido não aceita lições de moral de Cavaco Silva e acusou o PSD de uma "colagem retórica muito forte" aos "movimentos radicais".

“O professor Cavaco Silva está muito mal resolvido por ser um político de má memória para os portugueses”, afirmou este domingo o secretário-geral adjunto do PS, numa iniciativa do partido em Braga, em reação ao discurso de ontem do antigo Presidente da República.

“Eu penso que o uso da agressividade e da violência verbal a que ontem o país assistiu por parte de alguém que foi primeiro-ministro e Presidente da República revela que o professor Cavaco Silva perdeu o sentido de Estado que se exige e a generalidade dos portugueses gostaria de apreciar em alguém que durante tanto tempo desempenhou funções no nosso país”, começou por afirmar João Torres, em declarações transmitidas pelas televisões.

“Essa agressividade e essa violência verbal que o professor Cavaco Silva utilizou revela também que está de alguma forma inconformado com o facto de ter uma grande impopularidade no nosso país. O mandato presidencial de Cavaco Silva é um mandato de que nenhum português tem particularmente boa memória e parece-me que o professor Cavaco Silva está mal resolvido com o seu passado. Só isso pode justificar a forma como ele se dirigiu em particular ao PS”, acrescentou o secretário-geral adjunto do PS. “O professor Cavaco Silva está muito mal resolvido por ser um político de má memória para os portugueses”, reforçou.

João Torres disse também que “o PS não aceita lições de moral por parte do professor Cavaco Silva, como não aceita por parte do PSD ou por parte de outra qualquer formação partidária”.

“Acrescentaria que é até irónico que seja uma personalidade que durante dez anos exerceu funções como primeiro-ministro e durante dez anos assumiu funções como Presidente da Republica a tentar assumir-se como líder da oposição do nosso país“, referiu também o antigo secretário de Estado da Proteção do Consumidor.

João Torres passou depois ao ataque ao líder das sociais-democratas. “Julgo que hoje não há nenhum português que reconheça no PSD a capacidade de iniciativa e de propositura para construir uma alternativa para o nosso país. Parece que só mesmo o professor Cavaco Silva reconhece no Dr. Luís Montenegro capacidades para liderar o país. Estou certo que não nenhum português que olhe com sentido crítico para o mandato do Dr. Luís Montenegro na oposição que consiga conceber que ele está à altura de chefiar um Governo”, afirmou.

Há aqui, se quisermos, uma colagem retórica muito forte entre o PSD, o próprio professor Cavaco Silva que ontem discursou numa iniciativa desse partido, e movimentos, partidos que são radicais, são populistas, são extremistas e perante os quais o PS tem uma mensagem muito clara: é de que não se dará, porque para nós os valores fundacionais da nossa democracia são mais importantes do que outros valores que são seguramente os que presidem à nossa oposição nos dias de hoje”, acusou.

“O PSD transformou-se num vazio de ideias. Hoje adota uma linguagem que é de uma agressividade e violência que é absolutamente lamentável e muitas vezes inaceitável. Até o professor Cavaco Silva utilizou essa linguagem que eu acho que até vai para lá do que são os limites aceitáveis em democracia“, concluiu.

O antigo Presidente Cavaco Silva deixou críticas muito duras ao Governo num longo discurso este sábado no 3.º encontro de autarcas sociais-democratas, em Lisboa. O ex-líder do PSD afirmou que o primeiro-ministro perdeu a autoridade e não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui, sugerindo mesmo a sua demissão.

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