António Costa: Governo acabou com arco de poder e resquícios do muro de Berlim
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje que o atual modelo de governo não só acabou com o chamado “arco da governação” como conseguiu “derrubar o último resquício do muro de Berlim”.
O atual modelo de Governo não só acabou com o chamado “arco da governação” como conseguiu “derrubar o último resquício do muro de Berlim”, defendeu hoje o secretário-geral do PS, António Costa.
“O que temos conseguido demonstrar desde as últimas eleições legislativas não foi só ter acabado com o ‘arco da governação’, foi ter conseguido derrubar o último resquício do muro de Berlim, que tinha subsistido ao longo destes anos todos”, disse António Costa, que falava hoje num hotel em Coimbra, durante um almoço com 19 fundadores do PS e que assinalou os 44 anos da criação do partido, em 1973, na Alemanha.
"É possível trabalhar com outros partidos da esquerda portuguesa num quadro de uma esquerda plural.”
A atual experiência governativa demonstra que “é possível trabalhar com outros partidos da esquerda portuguesa num quadro de uma esquerda plural”, sublinhou.
“Podemos manter a identidade que muito claramente afirmaram quando fundaram o PS, em 1973, como o partido da liberdade, como o partido da esquerda democrática, como partido que defende a integração europeia”, sustentou o líder socialista, dirigindo-se aos fundadores do PS presentes no almoço e em reação às palavras do presidente honorário do partido, António Arnaut.
Na sua intervenção, evocando percurso do PS, António Arnaut, cofundador e militante número quatro do partido, sublinhou que “graças” a António Costa, se quebrou aquilo que se chamava arco da governação. “Demos um passo em frente no alargamento da democracia, porque a democracia é com todos, não é só com alguns”, disse Arnaut.
“Por isso, António Costa, felicitações vivas, coragem, força, o futuro espera por nós”, exortou o também principal responsável pela criação do Serviço Nacional de Saúde. “Não é preciso fazer milagres, que não os há, é preciso fazer o que em nós caiba para melhorar a vida, encurtar um pouco as injustiças”, sustentou António Arnaut.
António Costa considerou ainda que “está na moda dizer-se que há uma crise da social-democracia e do socialismo”, mas, “na Europa, o que vemos é que não há crise”. No entanto, “alguns partidos socialistas desistiram de ser uma alternativa à direita e outros acharam que o caminho que tinham a seguir era imitar as outras esquerdas”, mas “o que dá vida e força aos partidos socialistas é manterem-se fiéis à sua própria identidade”, advogou o líder do PS.
"Na Europa, o que vemos é que não há crise.”
O secretário-geral do PS defendeu também a necessidade de combater “pela justiça social, pela solidariedade e pela redução das desigualdades”, considerando que “esse é um trabalho que não tem fim”. A batalha pelo aumento do salário mínimo e a “batalha por alargar a contratação coletiva” são “condições essenciais para todos irem melhorando a sua vida”, afirmou o secretário-geral socialista. “Ontem [terça-feira] foi assinado um contrato coletivo [na indústria do calçado e setores similares] onde, pela primeira vez, se acabou com o princípio da desigualdade salarial entre homens e mulheres”, exemplificou.
“Tantos anos” depois do 25 de Abril, o novo contrato de trabalho para o setor do calçado “é um passo de uma importância extraordinária”, sublinhou, defendendo que esse passo também demonstra que “valores tão simples como o da igualdade ainda merecem combate”.
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