Novobanco disponível para financiar em mil milhões investidores na carteira Eleanor
Investimento total na compra dos quatro ativos e obras previstas nos projetos ascende a 1,4 mil milhões. Novobanco oferece "condições especiais" para financiar a construção.
O Novobanco oferece “condições especiais” para financiar em cerca de mil milhões de euros a construção dos imóveis previstos para os quatro terrenos que o banco está a vender através da carteira Eleanor, antes conhecida como Land Bank. Este será um dos maiores negócios imobiliários de 2023.
Segundo Volkert Schmidt, CEO do Grupo Novo Banco Real Estate, o investimento total na carteira – a compra dos quatro terrenos e as obras previstas nos projetos – ascenderá a 1,4 mil milhões de euros.
O banco está a pedir 365 milhões de euros pelo portfólio completo. E está disponível para financiar, “com condições especiais”, apenas as obras dos projetos previstos naqueles terrenos, num investimento que rondará os mil milhões de euros. Para o investidor existe um volume potencial de vendas de dois mil milhões de euros.
No entanto, até à hora da publicação deste texto o Novobanco escusou adiantar mais detalhes sobre as condições disponíveis para o crédito.
A carteira Eleanor é composta por quatro terrenos que são considerados como “os melhores ativos” do Novobanco e representam “mais de metade” do valor total do portfólio de imóveis do banco que estão ainda por vender – hoje ascende a cerca de 600 milhões, salientou ao ECO Volkert Schmidt, durante um encontro com jornalistas. Quando nasceu o Novobanco, o total de ativos imobiliários estava avaliado em cerca de 3,5 mil milhões de euros.
Negociações com a câmara para arrendamento acessível nos Olivais
Entre os quatro terrenos que o banco quer vender até ao último trimestre deste ano está um terreno na zona das Amoreiras, na Rua Artilharia 1, em frente ao hotel Dom Pedro, em Lisboa, para onde chegou a ser pensada a sede do Novobanco. O terreno conta com uma área de 130 mil metros quadrados para a qual está previsto o desenvolvimento de habitação, escritórios e retalho. O imóvel é da propriedade do banco desde 2014, depois da execução de dívidas à promotora Temple, do empresário Vasco Pereira Coutinho.
Este é um dos ativos mais procurados entre os 90 interessados na carteira Eleanor e o valor pedido pelo banco ronda 60% do total pedido pelo portfólio, os 365 milhões, tendo em conta que o valor por metro quadrado naquela zona ronda os 1.800 euros.
Para o terreno nas Amoreiras estão a ser analisadas “há cinco anos” pela autarquia de Lisboa alterações ao projeto que já tinha sido aprovado, que Volkert Schmidt espera que sejam validadas antes do verão. Em causa está o aumento de 570 para 683 apartamentos de luxo depois de ter sido convertida área que inicialmente seria comercial para residencial. No novo projeto está também prevista a construção de uma praça e jardim que será espaço público.
No total, o terreno nas Amoreiras tem uma área de construção de mais de 133 mil metros quadrados onde vão ser edificados seis edifícios.
O Eleanor inclui ainda um terreno nos Olivais Sul, em frente às instalações da Xerox com 88 mil metros quadrados de área, que também permite o desenvolvimento de um projeto de escritórios, serviços e retalho. O valor pedido pelo banco para este imóvel ronda os 43 milhões de euros e o CEO do Grupo Novo Banco Real Estate conta que estão em curso “negociações com a câmara de Lisboa para incluir no projeto apartamentos de arrendamento acessível”. Ou seja, uma das três torres previstas para o terreno será para arrendamento acessível, com 310 apartamentos.
Nesta carteira está ainda incluído o Arade, um terreno de 116 mil metros quadrados de área em frente à marina de Portimão, pelo qual o banco pede 32 milhões de euros. O projeto para este terreno “já está aprovado” pela autarquia sendo este o processo mais avançado.
Para aqui está licenciada a construção de um hotel com 153 quartos a que se somam 613 apartamentos turísticos e outros 652 residenciais, ou seja, um total de 1.265 apartamentos. O Arade que Volkert Schmidt diz ter a dimensão “para criar uma nova Portimão” prevê ainda a construção de um imóvel de retalho e um jardim público.
Por fim, em Benagil, o terreno à venda pelo banco por 52 milhões fica localizado à entrada das conhecidas grutas e para aqui o projeto previsto será um hotel de luxo com 150 quartos, 288 apartamentos, a que se somam 242 moradias em banda. Esta propriedade tem uma área total de 59 mil metros quadrados.
O CEO do Grupo Novo Banco Real Estate conta também que os 90 interessados na carteira Eleanor são na maioria internacionais, alguns dos quais suportados por parceiros de capital nacionais e futuros gestores do desenvolvimento dos vários projetos. Entre os interessados estão, por exemplo, duas das maiores gestoras e promotoras portuguesas de ativos imobiliários, a Norfin e a Vanguard, assim como o fundo Albatroz-Quantico. Somam-se ainda os americanos da Bain Capital, a Bedrock Capital e a Habitat Invest, contaram ao ECO várias fontes conhecedoras do processo.
De acordo com o calendário da venda, o processo de ofertas não vinculativas deverá terminar em meados de junho e a venda do portfólio está a ser assessorada pelas consultoras JLL e CBRE.
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