Treze passou a ser o “número da sorte” entre Angola e Portugal
João Lourenço e António Costa assinaram 13 instrumentos jurídicos em vários domínios, incluindo o Programa Estratégico da Cooperação Portugal-Angola 2023-2027.
O Presidente angolano afirmou esta segunda-feira que o 13 passou a ser “o número da sorte” entre Portugal e Angola e revelador do empenho dos dois países em fazer mais e melhor, numa alusão ao número de acordos assinados em Luanda.
Joao Lourenço falava aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro português, António Costa, e a assinatura de 13 instrumentos jurídicos entre Portugal e Angola em vários domínios, incluindo o Programa Estratégico da Cooperação Portugal-Angola 2023-2027.
“Para alguns, o número 13 é número de azar, mas no nosso caso é um número da sorte, a julgar pelo número de instrumentos jurídicos que acabámos de assinar e que refletem o nível de relação entre os dois países e vontade das partes, governantes e povos para tudo fazer para que, mesmo sendo boas, num futuro breve passem a ser ainda melhores”, salientou o chefe de Estado angolano.
João Lourenço enfatizou que se trata de “relações de amizade, mas sobretudo relações de cooperação económica entre Angola e Portugal”, estando os dois países empenhados em consolidar as relações já existentes e construir uma ligação cada vez mais sólida.
“Quem dá sorte às relações entre os dois Estados é a vontade política dos dois países e trabalho que dedicam a favor do bom relacionamento”, reforçou, firmando que Angola está “empenhadíssima em cultivar cada vez melhores relações com Portugal”, uma vontade que disse ser recíproca, tendo em conta os sinais que as autoridades de Luanda dizem receber da contraparte portuguesa.
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António Costa sublinhou que o programa estratégico de cooperação será como uma ‘bíblia’, que vai guiar as ações de cooperação até 2027, destacando que o investimento está aberto a áreas não tradicionais como o turismo e a economia azul. Adiantou que Portugal apoia a aposta estratégica de Luanda na diversificação económica, tendo reforçado a linha de crédito já disponível em 500 milhões de euros, passando de 1.500 para 2.000 milhões de euros, havendo ainda 200 milhões não utilizados.
“Temos vontade de continuar a trabalhar para fazer mais e melhor, disse o chefe de Estado angolano, ideia repetida por António Costa, que realçou a história comum de Portugal e Angola e a luta comum contra o colonialismo e a ditadura.
Questionado sobre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, cuja presidência temporária é atualmente detida por Angola, João Lourenço considerou que não seria “elegante” pronunciar-se sobre o desempenho da Presidência angolana, acrescentando que o testemunho vai ser passado em agosto para São Tome e Príncipe, altura em que todos os Estados-membros poderão “balancear” o papel de Luanda neste período.
Nesta sua segunda visita oficial a Angola, que terminará na terça-feira, António Costa está acompanhado pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Economia, António Costa Silva, da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André.
Após almoçar com João Lourenço, o primeiro-ministro visita a Casais Angola, empresa que é um dos principais atores no setor da engenharia e construção em território angolano, e a Acail. Esta última é considerada uma empresa de referência no setor dos produtos siderúrgicos, produção de gases industriais, alimentares e medicinais, pré-fabricados em betão e comércio de medicamentos.
António Costa termina o dia com uma receção aos empresários portugueses em Angola, estando convidados cerca de uma centena com negócios em setores variados: Construção e engenharia, banca, energia, agroalimentar, consultoria, saúde, turismo. Estarão também presentes membros do Governo angolano.
Na terça-feira, último dia de visita, o líder do executivo português desloca-se à sede da Caixa Geral Angola (a Caixa Geral de Depósitos detém a maioria do capital social com 51%), que está direcionada para o segmento das grandes e médias empresas, e visita a Fortaleza de São Francisco do Penedo (obra de valor histórico a cargo da Mota Engil) e a Escola Portuguesa de Luanda.
A Escola Portuguesa de Luanda, segundo o executivo de Lisboa, tem cerca de dois mil alunos, é administrada diretamente pelo Estado português e apresenta taxas de sucesso escolar elevadas. Ao fim da tarde de terça-feira, o primeiro-ministro parte para a África do Sul, juntando-se na quarta-feira ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações do Dia de Portugal com as comunidades portuguesas de Joanesburgo e de Pretória.
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