Montepio vende Finibanco Angola este mês e admite saídas nas seguradoras

"Tudo está a correr bem" na venda do Finibanco Angola, que ficará fechada este mês, antecipou Virgílio Lima, admitindo ajustamentos de pessoal da área seguradora.

A venda do Finibanco Angola aos nigerianos do Access Bank ficará concluída este mês, antecipou o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), Virgílio Lima, que admitiu que, tal como aconteceu no seu banco, também o negócio segurador poderá passar por um processo de ajustamento do quadro de pessoal.

Sobre a alienação do banco angolano, iniciada no ano passado, Virgílio Lima indicou que “tudo está a correr bem” e há a expectativa de que o closing se possa fechar até final deste mês.

Mas, questionado sobre a confusão na estrutura acionista do Finibanco Angola, como o ECO revelou em primeira mão quando noticiou o acordo de venda o grupo nigeriano há um ano, Virgílio Lima não quis comentar. “A ideia é uma efetiva negociação, no sentido de deixarmos de acompanhar este ativo. A situação do negócio não permite responder” à pergunta sobre qual a participação do Montepio na instituição angolana.

A estrutura acionista do Finibanco Angola ainda não é clara, pelo menos à luz do que apontam os relatórios e contas da AMMG – que diz deter uma participação de 80,22% — e do banco angolano – que indica que o Montepio tem apenas 51% e que Mário Palhares, com 35% e outros acionistas detêm o restante capital, no âmbito do acordo feito em 2015 com Tomás Correia.

Perdas de quatro milhões com venda russa

Quanto ao negócio dos seguros, Virgílio Lima adiantou que, além da venda da exposição da Gazprom, a Lusitania Vida também já vendeu as obrigações da companhia estatal de metalomecânica Novolipetsk Steel. As duas exposições valiam 18 milhões.

“Vendemos com uma perda de cerca de quatro milhões, conseguimos libertar imparidades e deixamos de ter estes ativos”, referiu o presidente da mutualista na apresentação dos resultados consolidados do grupo, que atingiram os 91 milhões de euros.

Tanto a Lusitania Vida como a Lusitania – como todo o setor segurador mundial – passaram por momentos tensos no ano passado por conta da turbulência nas bolsas que se gerou com o início da guerra na Ucrânia e com as sanções aplicadas pelo Ocidente à Rússia.

Virgílio Lima revelou que, “à semelhança do banco”, também o negócio segurador está a fazer um “esforço de reestruturação da oferta, da distribuição, dos processos, tecnologias de informação, e naturalmente poderá haver algum ajustamento em termos de pessoas”.

As saídas ocorrerão “com a observação dos interesses recíprocos, saem se o desejarem fazer”, assinalou o gestor, observando que este tipo de ajustamentos são processos “genéricos e sistémicos” e necessários para garantir a concorrência e o emprego.

Licença do BEM atrai interessados, participações minoritárias à venda

Sobre a venda da licença bancária do Banco Empresa Montepio, que acabou de ser absorvido pelo Banco Montepio, Lima deu conta da existência de interessados no processo, mas escusou-se a adiantar mais detalhes.

Seguindo a estratégia de simplificação da estrutura do grupo, e depois da venda da posição de 27% na empresa de medicina no trabalho Sagies, o Montepio deverá vender as participações minoritárias noutras empresas associadas e consideradas não estratégicas. De acordo com o Montepio, a lista de associadas onde o grupo não tem posição maioritária inclui a Novacâmbios (30%), a Clínica CUF Belém (30,17%) ou a sociedade de capital de risco Bem Comum (32%).

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