Grupo José de Mello aumenta lucros em 59% para 92 milhões

Além da subida dos lucros em 2022, também o investimento disparou 49%. De fora do plano do grupo continuará a ficar a Efacec, à espera do desenrolar do processo de privatização.

Os resultados anuais do grupo José de Mello em 2022 mostraram um aumento de 59% dos lucros para 92 milhões de euros. “2022 foi muito positivo com ganhos de escala em todas as empresas”, refere Salvador de Mello, presidente executivo do grupo, num encontro com jornalistas.

Os números de 2022 do grupo — que controla a industrial Bondalti, detém posições maioritárias na CUF e na José de Mello Residências e Serviços, e uma posição minoritária na Brisa — mostram ainda um crescimento de 39% do EBITDA (excluindo a Brisa) para 192 milhões de euros.

A área do grupo com melhor desempenho foi o setor química e industrial liderado pela Boldalti, que contabilizou um incremento de 174% dos lucros, passando de 19 milhões de euros em 2021 para 52 milhões em 2022, “tendo também celebrado um novo contrato com os parceiros operacionais em Estarreja (Dow e Air Liquide), válido por mais 15 anos”, refere Salvador de Mello.

A Brisa, onde o grupo detém uma posição de 17%, registou um aumento de 26% dos lucros no último ano face a 2021, fechando 2022 com resultados líquidos de 241 milhões de euros. “A Brisa registou uma recuperação do tráfego rodoviário para níveis de 2019, o que conduziu a um ano muito positivo, salienta o líder do grupo José de Mello.

No campo do endividamento, Salvador de Mello sublinha que “a dívida deixou de ser um tema para o grupo no ano passado”, porque não os condiciona estrategicamente.

Segundo Luís Goes, membro da comissão executiva do grupo José de Mello, a dívida consolidada do grupo baixou 8,1%, dos 998 milhões de euros em 2021 para 917 milhões, no final do ano passado, e assenta, atualmente, num plano de “dívidas de médio e longo prazo, com componente fixa e variável, dentro de um nível de natureza prudente”.

Salvador de Mello refere ainda que “o grupo investiu muitíssimo em 2022”, destacando a concretização de 159 milhões de euros de investimento, mais 49% face a 2021.

Entre os maiores investimentos realizados no ano passado estão 79 milhões de euros realizados pela Brisa “na melhoria da rede, mas também na mobilidade e na área internacional”.

Destaque ainda para os 58 milhões investidos pela CUF, como resultado da “abertura de novas unidades, no aumento da capacidade das unidades do Porto e Santarém e através da aquisição de um hospital nos Açores”.

Para 2023, Salvador de Mello não se compromete com números, sublinhando que “o ambiente é também desafiador no plano financeiro”. Porém, não deixa de apontar o dedo para o setor dos vinhos através da Ravasqueira que, estava “ligado à família”, mas “agora está ligado ao grupo”, com os resultados deste negócio a começarem, a partir de 2023, a serem consolidados na órbita do grupo.

Fora deste envelope financeiro ficará a Efacec, onde o grupo detém 28% do capital, mas cujos resultados deixaram de consolidar nas contas do grupo. No entanto, Salvador de Mello sublinha que “toda a exposição à Efacec está assumida”.

Sem adiantar qualquer informação sobre o papel que o grupo terá no processo de reprivatização da Efacec, Luís Goes refere apenas que “quem tem liderado o processo da Efacec é o Estado”, e que, “enquanto posição minoritária”, aguarda “que haja um desfecho formal deste processo para perceber quais serão os próximos passos”.

No entanto, o responsável da comissão executiva do grupo José de Mello, apesar de notar a “brutal destruição de valor da Efacec nos últimos anos”, revela ainda que “sempre” mostrou “interesse em garantir um destino positivo para a sua continuidade e é nesse patamar que continuam”.

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