Exclusivo Banco Montepio vendeu sete mil imóveis em cinco anos e arrecada 900 milhões

  • Ana Petronilho
  • 16 Junho 2023

Aos cerca de sete mil imóveis vendidos entre 2018 e 2022 somam-se ainda 250 alienados no primeiro trimestre deste ano. A atual carteira do Montepio está avaliada em 400 milhões de euros.

Nos últimos cinco anos, entre 2018 e 2022, o banco Montepio vendeu cerca de sete mil imóveis e com estas transações encaixou 900 milhões de euros. A estes números somam-se ainda 250 imóveis alienados no primeiro trimestre deste ano, adiantou ao ECO a instituição bancária.

Com todas estas transações, no final do primeiro trimestre do ano, o banco Montepio diz ter conseguido “uma forte redução da exposição ao risco imobiliário” para os 363 milhões de euros, menos 8,8% face ao primeiro trimestre de 2022, passando a representar “um peso inferior a 2% ao ativo líquido” do banco.

Entre os cerca de sete mil imóveis vendidos, 76% deste portefólio era propriedade exclusiva do banco, os restantes foram alienados através dos fundos de investimento da periferia do banco Montepio, de acordo com os dados a que o ECO teve acesso.

No final do ano passado, segundo a instituição bancária, o valor líquido da carteira de imóveis do Banco Montepio, incluindo os que estão nos fundos de investimento, era de cerca de 400 milhões de euros e cerca de 72% dos ativos em carteira estão localizados em cinco distritos: 23% em Lisboa, 13% em Setúbal, 13% no Porto, 12% em Faro e 11% em Coimbra.

Em termos de volume de negócios, 70% dos imóveis vendidos nos últimos cinco anos são alojamentos de habitação e terrenos, tendo sido vendidas, pelo menos, 2.934 casas e 1.072 terrenos. As restantes transações foram nos segmentos de retalho, “o que mais preserva capital e valoriza os imóveis” diz o banco Montepio, que neste período alienou, pelo menos, 138 armazéns, 592 lojas a que se somam 78 escritórios. Há ainda outros 501 imóveis como garagens ou prédios que foram vendidos neste período. Fora desta distribuição estão os imóveis vendidos através dos fundos.

Nestes números cabem algumas das 82 sucursais e outros imóveis de serviço que encerraram entre 2018 e 2022 e que já foram vendidos, permitindo ao banco um encaixe de 18,5 milhões de euros. Já os escritórios e lojas renderam ao banco Montepio 66 milhões de euros.

Mas a maior operação dos últimos cinco anos aconteceu em setembro de 2019 com a venda da carteira Brick à empresa portuguesa Façanha Cristalina, com sede em Lisboa, mas que é detida por um consórcio de investidores estrangeiros. De acordo com a instituição financeira, a carteira, composta por 1.062 imóveis “com uso predominantemente residencial” espalhados pelo território português, tinha um valor bruto contabilístico de 102 milhões de euros e a transação foi fechada por 105 milhões.

Entre os compradores dos imóveis, o banco Montepio diz que são “maioritariamente nacionais” e, excluindo os imóveis vendidos pelos fundos, cerca de 76% estavam localizados em quatro zonas do país: Lisboa (32%), Porto (19%), Setúbal (11%), Aveiro (8%) e Faro (6%).

Sem avançar detalhes sobre as maiores operações do ano passado, o banco Montepio diz ao ECO que se destacou uma operação na zona do Porto que diz respeito à venda de um terreno para o desenvolvimento de um projeto imobiliário a que se soma uma transação nos mesmos moldes em Lisboa. Além disso, sublinha que 2022 “foi o melhor ano de sempre nas vendas de retalho”.

O ECO questionou os maiores bancos a operar em Portugal para recolher os dados dos negócios imobiliários realizados nos últimos cincos anos, mas apenas o Montepio divulgou a informação.

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