Após subida de juros do BCE, Marcelo renova apelo para banca remunerar melhor depósitos
O Presidente da República alerta para a monitorização da situação das famílias após subida de juros, mas vê sinal positivo na decisão do banco central dos EUA.
Em reação a mais uma subida de juros do Banco Central Europeu (BCE), o Presidente da República volta a insistir com a banca portuguesa para que “remunere melhor os depósitos”, numa altura de “aperto” para muitas famílias. Marcelo Rebelo de Sousa admite “sabor amargo” da decisão do BCE mas destaca sinais positivos dos EUA.
“No imediato, é preciso que a banca olhe para isto, remunere melhor os depósitos bancários dos portugueses”, diz aos jornalistas em declarações transmitidas pelas televisões, apontando que, se continuar esta tendência de subida de juros, a banca deve perceber que tal “está a apertar ainda muitas famílias portuguesas”.
Marcelo respondia a questões depois de ser conhecido que o BCE avançou para a oitava subida de juros consecutiva, aumentando as taxas diretoras em 25 pontos base, numa decisão que não trouxe surpresas e eleva a taxa de depósitos para máximos desde 2001.
Para o Presidente da República, estas notícias trazem “coisas positivas e negativas”. Por um lado, “já se esperava esta subida”, que “é pequena mas é uma subida”. É “negativo o facto de o BCE explicar que está ainda com previsões que não são muito favoráveis em relação à Europa, quanto à inflação e o crescimento”, aponta.
Por outro lado, é “positivo que não tenha havido o mesmo comportamento da parte da Reserva Federal norte-americana, que já nem aumentou juros: é um primeiro sinal”, diz, mostrando-se expectante que o BCE possa acompanhar esta decisão eventualmente em setembro. Para já, a presidente do Banco Central Europeu já deixou claro que em julho haverá uma nova subida dos juros. Marcelo nota ainda que o cenário de Portugal é mais favorável do que o europeu, sendo que “está numa linha de descida de inflação um pouco mais rápida e com crescimento superior a resto da Europa”.
Assim, expressa uma “mistura de sentimentos: no imediato, tem sabor amargo esta subida, mas apesar de tudo é menos amargo com a mudança americana, evolução de alguns países da Europa e facto de sabermos que a preocupação do BCE não é tão verdade em Portugal”.
Mesmo com este cenário mais favorável, Marcelo insiste no aviso à banca (que já tinha sido feito após a mudança de condições nos Certificados de Aforro) para melhorar os depósitos e diz que é necessário “as autoridades financeiras irem acompanhando com cuidado” a situação das famílias. “Vamos ver o impacto disto no rendimento disponível das famílias, para ver ate onde e preciso que o Governo intervenha”, alerta.
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