Arrefecimento na Alemanha e Zona Euro é “maior fator de risco” para economia portuguesa, aponta barómetro CIP/ISEG

Barómetro da CIP e ISEG aponta para um crescimento de 2,5% da economia portuguesa este ano, ainda que existam riscos para estas projeções. Investimento pode ajudar a impulsionar economia.

A economia portuguesa encaminha-se para um crescimento a rondar os 2,5% em 2023, acima das expectativas estabelecidas no ano passado, mas o arrefecimento do crescimento na Alemanha e na Zona Euro apresenta-se como o maior risco negativo a estas perspetivas, de acordo com o barómetro da conjuntura económica feito pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Tendo por base o indicador de tendência da atividade global, que utiliza estatísticas como os inquéritos de conjuntura, os dados da produção industrial, o consumo de cimento e o volume de negócios nos serviços e comércio, as duas instituições projetam que o mais provável é “que o crescimento homólogo no 2º trimestre se mantenha ao nível do registado no 1º trimestre” (2,5% homólogos e 1,6% em cadeia).

Assim, concluem que “as expectativas avançadas para o 2º trimestre permitem consolidar a previsão de um crescimento anual para 2023, entre 2,1% e 2,9%, centrada em 2,5%”. Este número está em linha com as mais recentes previsões das instituições internacionais como a OCDE e FMI, que recentemente reviram em alta as projeções para Portugal.

Apesar desta previsão mais otimista, a CIP e o ISEG alertam que “o maior fator de risco negativo para Portugal parece ser o arrefecimento do crescimento na Alemanha e na Área Euro e a duração desse arrefecimento”. Isto depois de em março já se ter sentido o possível impacto de um arrefecimento industrial na Europa, com uma queda do índice de produção industrial.

A Alemanha encerrou o primeiro trimestre com uma contração de 0,3% do PIB, depois de no último trimestre de 2022 já ter também registado uma queda de 0,5% do PIB, colocando assim o país em situação de recessão técnica. Já a Zona Euro registou um crescimento de 1,3% entre janeiro e março, o que compara com 1,8% no trimestre anterior.

Por outro lado, existem também fatores que podem impulsionar o PIB de Portugal, com os economistas a salientarem neste barómetro que “o crescimento do investimento até ao final do ano poderá contribuir para um crescimento mais elevado em Portugal”.

A publicação, divulgada esta segunda-feira, inclui também o índice de confiança do ISEG, relativo à evolução da atividade económica portuguesa no curto prazo, indicando que em maio se verificou uma subida do nível de confiança face ao mês anterior.

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