Sitava quer fechar acordo com a TAP “ainda em junho”

Não são só os pilotos: companhia aérea liderada por Luís Rodrigues está a negociar novo acordo de empresa com sindicatos representativos dos técnicos de manutenção e dos trabalhadores do setor.

Depois dos pilotos, nos próximos dias a TAP deverá chegar a um consenso com o Sitava para fechar no novo acordo de empresa. “Estamos a finalizar os aspetos mais problemáticos. A minha expectativa era que pudéssemos chegar a acordo já em junho“, revela ao ECO o dirigente do Sitava (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos) Paulo Duarte. O responsável sinaliza que o tempo de descanso e as horas de formação profissional são os aspetos em causa nesta fase das negociações. “Estamos a tentar perceber quem vai acabar por ceder”, acrescenta.

Mais parco em palavras está o Sitema. “Estamos a negociar”, adianta o líder do sindicato dos técnicos de manutenção, Jorge Alves.

Além destes dois setores, estão ainda em curso as negociações entre a TAP e os tripulantes e que resultaram num braço-de-ferro com a anterior administração, levando o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) a convocar greves. Neste caso, as negociações têm por base o acordo de empresa de 2006, que “está a ser modernizado”, adianta o líder do SNPVAC, Ricardo Penarroias. Neste caso, “as negociações estão numa fase embrionária”.

Há mais de um ano que a TAP tem vindo a negociar os novos acordos de empresa com todos os setores da companhia, para que sejam substituídos os acordos temporários de emergência que durante o plano de reestruturação impuseram cortes salariais, previstos até ao final de 2024.

Na sexta-feira, os pilotos da TAP aceitaram as novas condições laborais negociadas com a administração da TAP, liderada por Luís Rodrigues. O acordo de empresa, que vai vigorar até 2026, foi aprovado com mais de 80% de votos a favor. A proposta contempla o fim dos cortes salariais, aliviados para 20% desde fevereiro deste ano, já a partir de agosto.

Os acordos de empresa com as várias classes profissionais da companhia aérea que vigoravam antes da pandemia foram denunciados ainda pela gestão anterior, liderara por Christine Ourmières-Widener, para serem negociados novos que irão substituir os acordos temporários de emergência.

Desde o ano passado que a TAP tem vindo a amenizar o impacto dos acordos temporários de empresa, nomeadamente com a redução dos cortes salariais, que no caso dos pilotos chegaram aos 45%. Este ano vigora uma redução de 20% acima de 1.520 euros mensais, como acontece com os restantes trabalhadores.

A negociação da transportadora com os sindicatos acontece numa altura em que o Governo pôs já em marcha a reprivatização, com a aprovação de uma resolução de Conselho de Ministros que mandata a Parpública para contratar duas entidades para fazer a avaliação da TAP.

O ministro das Finanças alertou, na sua recente audição na comissão parlamentar de inquérito, que apesar da melhoria dos resultados da TAP, não pode haver um menor controlo sobre os custos, nomeadamente com salários, apelando à aprovação de acordos coletivos mais modernos e alinhados com o setor a nível europeu.

“Discordo que, por temos resultados positivos, simplesmente as dificuldades desapareceram e podemos entrar num processo de menor controlo sobre os custos operacionais. Seria um erro e poria em causa o sacrifício já feito pelos trabalhadores”, afirmou Fernando Medina.

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