Sindicatos e novo dono da Groundforce sem acordo nas negociações por aumentos salariais
Os sindicatos e a Menzies, o novo investidor da Groundforce, não conseguiram chegar a um acordo numa reunião para negociar sobre várias matérias, incluindo novas tabelas salariais.
Os sindicatos e o novo investidor na empresa de handling Groundforce não chegaram a acordo numa negociação sobre várias matérias, incluindo as tabelas salariais, de acordo com um comunicado divulgado esta terça-feira.
Na nota, assinada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e pelo Sindicato dos Técnicos de Handling e Aeroportos (STHA), as estruturas sindicais revelaram que, “na sequência da reunião de hoje [com a Menzies, em que os trabalhadores tinham a expectativa de poder chegar a um entendimento nas matérias onde ainda estavam distantes (tabelas salariais), lamentavelmente não houve qualquer possibilidade de acordo”.
Os sindicatos recordaram que “os salários base de entrada na Groundforce são hoje de 591 euros” e que, “portanto, é insustentável manterem-se as atuais tabelas por muito mais tempo”.
“Os trabalhadores da Groundforce não são insensíveis à situação da empresa”, destacaram, mas “consideram, no entanto, que não podem ser os mesmos de sempre, com a sua estagnação e compressão salarial, a pagar a fatura da recuperação da empresa, mais ainda num cenário em que os credores vão receber os seus créditos a 100%, a que se junta o desconto” ao maior cliente, ou seja, a TAP.
As estruturas referiram que registam e valorizam “a aproximação da Menzies na implementação de um novo modelo operacional, que, ainda assim, é manifestamente insuficiente para a formalização de qualquer acordo”.
Os sindicatos asseguraram que “a melhoria das atuais tabelas salariais e o acompanhamento da evolução da remuneração mínima mensal garantida, são condições sine qua non para a obtenção de qualquer acordo com qualquer investidor”. “A manutenção das atuais condições, que sufocam as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores da Groundforce, alimenta um clima social insustentável”, lamentaram.
Apesar disso, e “não obstante o facto de a reunião ter terminado sem acordo”, as organizações dizem manter-se “disponíveis para, de forma construtiva, poder chegar a um acordo que satisfaça todas as partes”.
A TAP e a Menzies Aviation celebraram, em abril, um acordo para a “recuperação e revitalização da Groundforce”, empresa declarada insolvente em agosto de 2021. A Autoridade da Concorrência deliberou depois, em 19 de junho, não se opor ao controlo exclusivo da SPdH – Serviços Portugueses de Handling (Groundforce) pela Menzies.
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