Estes são os dez aeroportos europeus mais caóticos neste verão (e Lisboa é o segundo pior da lista)
Em junho, mais de 51% dos voos no Aeroporto Humberto Delgado tiveram um atraso superior a 15 minutos ou foram cancelados, segundo um ranking elaborado pela AirHelp.
Mais de metade dos voos no aeroporto de Lisboa tiveram perturbações no mês passado, o que faz do Humberto Delgado o segundo aeroporto europeu mais caótico deste verão numa lista encabeçada pelo aeroporto de Gatwick, em Londres, revelam dados recolhidos pela AirHelp, uma empresa de defesa dos direitos dos passageiros, citados pela Bloomberg.
A AirHelp analisou os voos cancelados ou com atrasos superiores a 15 minutos nos aeroportos europeus com, pelo menos, 5.000 voos mensais durante o mês passado. Concluiu que o aeroporto de Gatwick, em Londres, é o mais caótico para os passageiros, registando perturbações em mais de 54% dos voos. No segundo lugar do pódio ficou o aeroporto de Lisboa, com perturbações em pouco mais de 51% dos voos, seguido pelo aeroporto de Copenhaga, com 50% dos voos com perturbações.
Em contrapartida, com as menores ocorrências em junho esteve o aeroporto de Helsínquia, na Finlândia, com apenas 18% dos voos a registarem perturbações. Já os aeroportos de Dusseldorf, na Alemanha, e Oslo, na Noruega, registaram perturbações de 22% e 23%, respetivamente.
Os dados da AirHelp foram divulgados numa altura em que as companhias aéreas europeias procuram evitar constrangimentos como os registados no verão do ano passado. Em 2022, o aeroporto de Heathrow, em Londres, foi forçado a limitar o número de passageiros e a pedir às companhias aéreas que limitassem a venda de bilhetes, devido a uma junção de greves com falta de pessoal. Registaram-se também fortes constrangimentos no aeroporto de Lisboa ao longo de todo o verão.
Estes são os dez aeroportos europeus mais caóticos, com base na percentagem de voos com perturbações:
- Aeroporto de Londres Gatwick (LGW) – 54,08%
- Aeroporto Internacional de Lisboa Humberto Delgado (LIS) – 51,04%
- Aeroporto de Copenhaga (CPH) – 50,88%
- Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle (CDG) – 50,60%
- Aeroporto Antalya (AYT) – 47,34%
- Aeroporto Internacional Sabiha Gökçen (SAW) – 46,85%
- Aeroporto Internacional de Roma (Leonardo da Vinci) (FCO) – 44,05%
- Aeroporto Internacional de Manchester (MAN) – 43,78%
- Aeroporto de Milão-Malpensa (MXP) – 43,66%
- Aeroporto de Frankfurt (FRA) – 42,99%
E estes são os dez aeroportos europeus com menos perturbações:
- Aeroporto de Helsínquia-Vantaa (HEL) – 18,33%
- Aeroporto de Düsseldorf (DUS) – 22,26%
- Aeroporto de Oslo Gardermoen (OSL) – 23,09%
- Aeroporto Frédéric Chopin de Varsóvia (WAW) – 23,35%
- Aeroporto Internacional de Viena (VIE) – 27,22%
- Aeroporto de Madrid-Barajas (MAD) – 23,38%
- Aeroporto de Barcelona (BCN) – 28,45%
- Aeroporto de Arlanda (ARN) – 30,54%
- Aeroporto de Istanbul (IST) – 32,15%
- Aeroporto de Berlim-Brandemburgo (BER) – 34,17%
Companhias aéreas cancelam voos neste verão
Ainda esta segunda-feira a companhia aérea EasyJet anunciou ter cancelado quase dois mil voos (1.700) este verão, a partir do seu hub de Gatwick, por constrangimentos como greves de controladores e atrasos resultantes do congestionamento do tráfego aéreo.
Esses voos, que estavam programados para os meses de julho, agosto e setembro, irão deixar cerca de 180 mil passageiros em terra, mas a companhia aérea ressalva que isto representa “menos de um dia de voo”, pois “mais 90.000 voos deveriam ser operados durante os meses de pico do verão”, disse fonte da EasyJet à Bloomberg.
A EasyJet não é, no entanto, a única companhia aérea a cancelar voos, já que a Ryanair, a Air France-KLM e a Lufthansa também fizeram o mesmo, justificando-se, igualmente, com greves de controladores e o congestionamento no tráfego aéreo.
As companhias aéreas estão a cancelar voos numa “ação preventiva”, de modo a limitar o caos nas viagens aéreas, garantiu o porta-voz da EasyJet, sendo que o ajuste operacional irá ainda ajudar a reduzir o congestionamento do espaço aéreo devido à guerra na Ucrânia e aos atrasos no controlo de tráfego aéreo, acrescentou.
Volume de passageiros aumenta
Apesar dos esforços das companhias, é esperado que os aeroportos europeus fiquem novamente congestionados entre julho e agosto, com o volume de passageiros a regressar, ou mesmo exceder, os níveis pré-pandemia, refere a Bloomberg.
Desde o final de abril que a procura de passagens provenientes dos EUA para a Europa já ultrapassou o crescimento de 2019 em até 20%, segundo dados da Hopper citados pela agência. Este aumento da procura também está a gerar um aumento dos preços, já que o custo de uma passagem dos EUA para a Europa atingiu o nível mais alto dos últimos seis anos.
Os aeroportos portugueses movimentaram 5,9 milhões de passageiros em abril, o que corresponde a um aumento de 18,7% face a igual mês do ano passado, ou um aumento de 11% face ao ano pré-pandemia de 2019. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), desde o início de 2023 que os valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais têm sido sempre superiores aos níveis pré-pandemia, continuando a atingir máximos históricos.
Já Espanha registou 8,2 milhões de visitantes em maio, o que corresponde a um aumento de 18% em relação a 2022, ou 4% face a igual período de 2019, de acordo com o gabinete estatístico espanhol.
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