Banco Europeu de Investimento desbloqueou 3.000 milhões para sul do Mediterrâneo
Os transportes, as energias renováveis, a educação, a saúde, a segurança alimentar ou "a ação climática" acelerada, em resposta ao impacto das mudanças no clima, têm sido o destino prioritário.
O Banco Europeu de Investimento (BEI) desbloqueou cerca de 3.000 milhões de euros desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, para “investimentos prioritários” na região do sul do Mediterrâneo, disse esta segunda-feira a instituição.
Os projetos apoiados ou financiados pelo BEI têm como objetivo “diminuir o gap” entre regiões do Mediterrâneo (Europa, norte de África e Médio Oriente) e promover o desenvolvimento económico e social sustentável, “em tempos desafiantes e de incerteza”, afirmou o vice-presidente do banco, Ricardo Mourinho Félix, numa conferência de imprensa em Barcelona.
Os transportes, as energias renováveis, a educação, a saúde, a segurança alimentar ou “a ação climática” acelerada, em resposta ao impacto das mudanças no clima, têm sido o destino prioritário das verbas desbloqueadas pelo BEI desde o início da guerra na Ucrânia, de acordo com Mourinho Félix. Egito e Marrocos são os dois países com mais financiamentos do BEI, através de projetos públicos ou privados, desde março de 2022 (1.000 milhões e 500 milhões de euros, respetivamente), segundo dados do banco.
O BEI assinou esta segunda em Barcelona, no final de uma conferência de dois dias que organizou com a União para o Mediterrâneo (UpM), acordos para contribuir com 40 milhões de euros para a construção de 80 escolas na Tunísia, um projeto que tem um orçamento global de 80 milhões de euros e que a União Europeia (UE) também prevê apoiar diretamente com 25 milhões de euros.
No final da conferência em Barcelona foi ainda assinado um acordo para o BEI financiar com 12 milhões de euros o designado “setor microfinanceiro” da Tunísia. Antes da assinatura dos acordos, no encerramento da conferência na cidadã catalã, o secretário-geral da UpM, Nasser Kamel, sublinhou “a crescente interdependência” e “a urgência dos problemas que enfrentam o Mediterrâneo e a Europa”, que “mais do que nunca exigem um esforço de colaboração e soluções inovadoras”.
Nasser Kamel destacou “as profundas implicações das alterações climáticas” no Mediterrâneo e “as marcadas disparidades” a nível económico na região e considerou fundamental “fomentar a proximidade e a complementaridade” da UE “não só com os vizinhos do leste, mas também com os do sul e mais além, com a África subsariana”.
O secretário-geral da UpM defendeu que este é um caminho para a UE se assumir como potência de influência internacional mais além das suas fronteiras e responder a problemas relacionados com a segurança ou a imigração, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento e cria emprego e prosperidade noutras regiões.
Nasser Kamel congratulou-se com o papel e o compromisso do BEI com a região do Mediterrâneo. A UpM é uma organização intergovernamental que junta os países da UE e mais 16 países mediterrânicos europeus, do norte de África e do Médio Oriente.
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