Parlamento Europeu quer duplicar produção de semicondutores. Há 3,3 mil milhões para investir
Um novo regulamento, aprovado no Parlamento Europeu, prevê uma aposta reforçada da União Europeia nos semicondutores.
O Parlamento Europeu aprovou, esta terça-feira, o Regulamento para os Circuitos Integrados na União Europeia, um regulamento que pretende impulsionar esta indústria a nível europeu e que assegura 3,3 mil milhões de euros para investigação e inovação relacionadas com circuitos integrados.
Um circuito integrado é um conjunto de circuitos eletrónicos instalados numa pequena peça plana de material semicondutor. Pode captar, armazenar, processar e ter efeitos sobre os dados, e estão presentes em aparelhos do quotidiano como telemóveis, computadores, frigoríficos, máquinas de lavar a roupa ou luzes LED, mas também em equipamento médico, automóveis e aeronaves.
Para ilustrar, a Comissão Europeia indica que um telemóvel inteligente contém cerca de 160 circuitos integrados e um automóvel elétrico híbrido contém até 3 500 circuitos integrados. Além disso, integram infraestruturas fundamentais na área da energia, dados e comunicação.
O objetivo do Regulamento para os Circuitos Integrados na União Europeia é aumentar a capacidade de produção e semicondutores da UE de menos de 10% para 20%. Desta forma, procura-se criar capacidade em larga escala nos países do bloco, garantir que a UE tem abastecimento próprio a níveis muito superiores e que a União Europeia consegue reagir rapidamente em situações de crise de abastecimento.
Nesta proposta, os eurodeputados garantiram 3,3 mil milhões de euros para a investigação e inovação relacionadas com circuitos integrados, bem como a criação de uma rede de centros de competências.
Em paralelo, os eurodeputados defenderam um mecanismo de resposta a crises, assim como medidas de emergência que incluem priorizar o fornecimento de produtos afetados pela escassez e a realização de compras comuns para os Estados-Membros.
A legislação foi adotada com 587 votos a favor, 10 votos contra e 38 abstenções. Terá agora de ser aprovada pelo Conselho de Ministros para se tornar lei.
Mas porquê investir nestes circuitos?
No último ano, a Europa assistiu a perturbações no aprovisionamento de circuitos integrados, o que conduziu a uma escassez em vários setores económicos e teve consequências potencialmente graves para a sociedade, lê-se na proposta. Muitos setores europeus, incluindo a indústria automóvel, a energia, as comunicações e a saúde, bem como setores estratégicos como a defesa, a segurança e o espacial, encontram-se ameaçados por estas perturbações no aprovisionamento.
Prevê-se que a procura de circuitos integrados duplique entre 2022 e 2030, e estima-se que a indústria dos semicondutores tenha um valor de aproximadamente um bilião de dólares em 2030.
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