Têxtil e vestuário português regressa em força à feira de Munique
No total são 18 empresas portuguesas do têxtil e vestuário que vão levar à cidade alemã as últimas novidades de um dos setores mais antigos de Portugal. A sustentabilidade continua a marcar pontos.
A Munich Fabric Start está de volta e são 18 as empresas portuguesas que marcam presença em mais uma edição da feira em Munique, na Alemanha. De 18 a 20 de julho, a comitiva portuguesa vai mostrar o melhor do cluster têxtil nacional e apresentar as tendências da coleção de outono/inverno ao mercado alemão. É uma das “principais feiras têxteis europeias”, sendo esperados cerca de 20 mil visitantes.
Com duas edições anuais, Munich Fabric Start antecipou a feira para o mês de julho, quando habitualmente acontece no início de setembro. “A expectativa das empresas é perceber o que se passa com esta antecipação. As empresas estão com alguma curiosidade até porque é a primeira vez que esta edição se realiza em julho”, diz ao ECO/Local Online, Manuel Serrão, líder da associação Seletiva Moda.
A expectativa das empresas é perceber o que se passa com esta antecipação. As empresas estão com alguma curiosidade até porque é a primeira vez que esta edição se realiza em julho.
A SanMartin, que encara as atuais datas como “uma vantagem pois antecipa todo o trabalho criativo e de escolha de materiais”, não podia estar mais otimista. “Partimos sempre com grande expectativa para as feiras internacionais (…) temos oportunidade de apresentar as novidades aos nossos clientes e de angariar novos clientes também”, diz Vera Lúcia, que pertence ao departamento de backoffice. Entre as novidades, a empresa da Maia destaca novos artigos para o desenvolvimento de sublimação, rendas, brocados e a coleção de tecidos sustentáveis.
Além da SanMartin, na confeção aos tecidos, a comitiva portuguesa é ainda composta pela Bloomati, Fitecom, Iberis, Lemar, MMRA, Modelmalhas, TMG Textiles/MGL, Troficolor , Victor Têxteis, Cityiberia, Marjocri, Smsenra, Sourcetextile, Tricothius, Mtvbelts, às quais se juntam as também a Paulo de Oliveira e Somelos.
Já presença habitual na feira, a Lemar volta a Munique para “consolidar a marca junto dos clientes e renovar a oferta junto do mercado” e apresentar uma grande novidade: “tecidos com fibras produzidas a partir de pneus em fim de vida”, diz José António Ferreira, sales manager, citado em comunicado.
À semelhança da Lemar, a MMRA também vai aproveitar o evento para mostrar o que está a fazer no campo da sustentabilidade. “Vamos apresentar novidades sustentáveis como misturas de algodão orgânico, banana, ananás e ainda urtiga, cupro reciclado, entre outras novidades”, conta Patrícia de Andrade, comercial de mercados externos, citada em comunicado.
A Munich Fabric Start é “uma feira que reúne expositores de qualidade e visitantes de várias origens geográficas, maioritariamente de mercados europeus”, considera Daniel Azevedo, da Troficolor, em comunicado. Quanto à coleção, o exports sales manager destaca o alargamento da oferta “de gangas e tecidos com algodão BCI, algodão orgânico com certificação GOTS / OCS, algodão e polyster reciclados com certificação GRS / RCS”, bem como a nova linha de flanelas, bombazines e acolchoados.
Com o objetivo de conquistar os mercados externos, o setor do têxtil e vestuário é presença assídua em feiras internacionais. Mais de 50 empresas portuguesas marcaram presença na Première Vision em Paris, conhecida como a feira mais importante a nível mundial para o setor, no início do mês de julho. Depois de Paris, treze têxteis portuguesas voaram até Milão para conquistar o mercado italiano em mais uma edição da Milano Unica.
À semelhança da Munich Fabric Start, a Première Vision e a Milano Unica também sofreram alterações no calendário e foram antecipadas meses antes da data habitual, setembro. Para Manuel Serrão, estas antecipações são a “confirmação de uma certa incerteza em relação ao comportamento dos mercados”.
No ano passado, as exportações do têxtil e vestuário ultrapassaram pela primeira vez os seis mil milhões de euros. “Foi o recorde de sempre e é natural que com a inflação, a incerteza dos mercados e o abrandamento dos mercados se verifique algum ajustamento em relação ao recorde do ano passado. As empresas não estão preocupadas, mas estão expectantes”, conclui Manuel Serrão.
Em maio, as exportações do têxtil e vestuário recuaram quase 6% em valor e 9% em volume em maio, confirmando “as preocupações que os empresários do setor têm vindo a manifestar”, considera o líder da associação Seletiva Moda.
A participação das PME portuguesas na Munich Fabric Start é uma iniciativa da Seletiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área do setor têxtil.
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