Altice mexe no conselho de administração. Ana Figueiredo acumula cargos de CEO e chairwoman

A até aqui CEO da dona do Meo passa a assumir o cargo exercido por Alexandre Fonseca, que suspendeu funções na empresa na sequência da investigação do Ministério Público.

Ana Figueiredo, a atual CEO da Altice Portugal, passa a acumular o cargo com o de presidente do conselho de administração da operadora até recentemente ocupado por Alexandre Fonseca, que suspendeu funções na sequência da investigação do Ministério Público no âmbito da chamada Operação Picoas. Natacha Marty, general counsel da Altice, assume como vogal do Conselho de Administração da empresa. Decisão tem “efeito imediato”.

“O Grupo Altice decidiu realizar as seguintes alterações na composição do Conselho de Administração da Altice Portugal, com efeito imediato: Ana Figueiredo será indicada como Presidente do Conselho de Administração, e atuará como PCA e CEO da Altice Portugal; Natacha Marty, general counsel da Altice, será Vogal do Conselho de Administração da Altice Portugal”, informa a empresa em comunicado.

“A Altice Portugal continua a realizar a sua atividade de forma normal e continuará a conduzir o seu negócio com a maior integridade e no interesse de todos os stakeholders, colocando em primeiro lugar os seus clientes e colaboradores”, indica a nota.

“Altice Portugal reitera que está a cooperar com as autoridades portuguesas e continuará disponível para qualquer clarificação que possa ser útil para a investigação em curso”, reforça a operadora.

Altice Internacional suspende gestores e trabalhadores

O anúncio da operadora surge no mesmo dia em que a Altice Internacional anunciou a suspensão de “vários” representantes legais, gestores e trabalhadores em Portugal, mas também noutros mercados, na sequência da chamada Operação Picoas. A decisão mantém-se enquanto decorrer a investigação judicial.

“A Altice International e suas afiliadas colocaram de licença vários representantes legais, gestores e trabalhadores chave em Portugal e no estrangeiro enquanto esta investigação é conduzida”, lê-se na nota. O grupo avança também que a investigação interna anunciada pela Altice Portugal abrange ainda “outras jurisdições” além do mercado português.

Após o anúncio da companhia foi conhecido que João Zúquete da Silva, administrador da Altice responsável pelo património pediu a suspensão do cargo de Chief Corporate Officer. O administrador fez parte da Comissão Executiva da dona do Meo durante a liderança de Alexandre Fonseca – chairman da Altice Portugal e co-CEO da Altice Internacional – que já tinha anunciado ter suspendido funções.

Além de João Zúquete da Silva, foram também suspensos três quadros do departamento de compras. André Figueiredo, adjunto de Alexandre Fonseca, entrou em licença por inerência da suspensão do cargo do chairman da Altice Portugal.

As mudanças da cúpula de liderança da operadora surgem na sequência da Operação Picoas, que tem como principal visado o cofundador da Altice, Armando Pereira, e o seu braço direito, Hernâni Vaz Antunes.

Ao todo, são suspeitos de mais de 35 crimes, num alegado esquema financeiro em torno da Altice que terá lesado o Estado e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros.

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