Fed volta a carregar no acelerador e sobe taxas em 25 pontos base

A subida anunciada marca o 11.º aumento do preço do dólar nas últimas 12 reuniões da Fed. Com esta decisão, as Fed Funds situam-se no intervalo 5,25%-5,50%, o valor mais elevado desde 2001.

A Reserva Federal norte-americana (Fed) voltou a subir as taxas de juro (Fed Funds), depois de na última reunião ter mantido as taxas inalteradas. A subida de 25 pontos base anunciada esta quarta-feira por Jerome Powell, presidente da Fed, é a 11.ª subida nas últimas 12 reuniões.

Com esta decisão, que já era esperada pelo mercado, as Fed Funds passam a situar-se no intervalo 5,25%-5,50%, colocando as taxas de juro do dólar no valor mais elevado desde 2001. No entanto, Powell revela que “os efeitos do aperto [monetário] ainda não se fazem sentir plenamente.”

Segundo o comunicado do banco central norte-americano, a decisão entre os vários governadores da Fed foi unânime, com todos os governadores a votarem no aumento de 25 pontos base, voltando a sublinhar que a Fed “está fortemente empenhada em fazer regressar a inflação ao seu objetivo de 2%.”

“Os indicadores recentes sugerem que a atividade económica tem vindo a expandir-se a um ritmo moderado. Os ganhos de emprego têm sido robustos nos últimos meses, e a taxa de desemprego tem-se mantido baixa”, refere a Fed, mas sublinha que “a inflação se mantém elevada” e que, por isso, foi tomada esta decisão. “A inflação provou ser mais resiliente do que era esperado”, destaca Powell no decorrer da conferência de imprensa após o anúncio da decisão.

Além de anunciar a subida do preço do dólar, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Fed anunciou também que “continuará a reduzir as suas detenções de títulos do Tesouro e de títulos de dívida de agências e de títulos hipotecários de agências, tal como descrito nos seus planos anteriormente anunciados.”

A Fed volta a reforçar que o comité de política monetária “continuará a acompanhar as implicações das informações recebidas para as perspetivas económicas” e que “estará preparado para ajustar a orientação da política monetária, conforme apropriado, se surgirem riscos que possam impedir a consecução dos objetivos” da Fed.

Entre as principais preocupações da Fed está a inflação subjacente (exclui bens energéticos e bens alimentares), com Powell a reconhecer que “a inflação subjacente continua bastante elevada”, referindo aos jornalistas no decorrer da conferência de imprensa, que para conseguir controlar a taxa de inflação “vamos ter de manter a política monetária em níveis restritivos durante algum tempo.”

Powell revela ainda que “o mercado de trabalho continua muito restrito”, que “a procura de mão de obra continua a exceder substancialmente a oferta” e que “o consumo das famílias abrandou relativamente ao início do ano.”

Com cerca de oito semanas até à próxima reunião da Fed, um período mais longo do que o habitual, o mercado está a antecipar que, com o contínuo abrandamento da inflação, esta possa ser a última subida das Fed Funds. Os contratos de futuros sobre as taxa de juros nos EUA negoceiam atualmente com uma probabilidade de 18% de haver uma nova subida em setembro e com uma probabilidade de 36,5% de haver uma subida na reunião de novembro.

No entanto, Powell sublinha que as decisões da Fed continuarão a ser tomadas “reunião a reunião” e que, por isso, “se os dados sugerirem que são necessárias mais subidas das taxas de juro para controlar a inflação, será essa a nossa decisão.”

Nos mercados norte-americanos, a decisão anunciada esta quarta-feira pela Fed está a ser recebida com uma subida generalizada dos principais índices acionistas em Wall Street, com o Dow, o S&P 500 e o Nasdaq a valorizarem 0,45%, 0,19% e 0,13%, respetivamente.

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