Taxa de juro dos novos créditos à habitação sobe para 4,25%. Está em máximos de quase 11 anos
Preço dos novos empréstimos à habitação subiu 0,09 pontos percentuais em junho, face a maio. Foi o menor aumento desde março, mas a taxa de juro está em máximos de fevereiro de 2012.
A permanente subida das taxas Euribor continua a encarecer a compra de casa. De acordo com dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, “a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação subiu de 4,16% em maio para 4,25% em junho”, alcançado o valor mais alto desde fevereiro de 2012 e foi superior em 0,21 pontos percentuais à taxa de juro média dos novos contratos a taxa fixa.
Há nove meses consecutivos que a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação está a aumentar. Só no espaço de um ano, entre junho de 2023 e junho de 2022, a taxa de juro dos novos empréstimos à habitação quase que triplicou, passando de 1,47% há um ano para os atuais 4,25%.
O Banco de Portugal revela também que os reembolsos antecipados de crédito à habitação própria permanente voltaram a aumentar em junho, passando de 0,81% para 0,86% do stock de empréstimos. “Esta evolução verificou-se nos reembolsos antecipados totais (0,66% para 0,70% do stock), ao passo que o peso dos reembolsos antecipados parciais não se alterou (0,15% do stock)”, refere o regulador.
O regulador revela ainda que, em junho, 67,8% dos novos contratos de crédito à habitação foram feitos através de taxa variável, 22,7% com taxa mista e 9,5% com taxa fixa. Considerando o stock global de crédito à habitação, 87% dos contratos é feito com taxa variável e a taxa fixa recolhe apenas 3,3% dos contratos.
O Banco de Portugal salienta ainda que nesse mês “existiu maior dispersão nas taxas de juro aplicadas aos novos empréstimos contratualizados a taxa variável”, com 80% destes contratos a ser aplicada uma taxa de juro entre 3,88% e 4,93%, enquanto 80% dos empréstimos a taxa fixa foram contratualizados a taxas entre 3,86% e 4,54%.
Em termos de valores absolutos, os números divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal revelam ainda que a prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente aumentou 2,6% em junho, passando de 382 euros em maior para 392 euros em junho, e que “75% dos créditos à habitação própria permanente têm uma prestação mensal inferior ou igual a 482 euros”.
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