Louçã diz que governador do BdP não vai ser substituído
O antigo líder do Bloco de Esquerda considera que hipótese de saída de Carlos Costa é assunto encerrado e salienta os sinais relevantes da reconstituição da administração do Banco de Portugal.
A substituição de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal, é assunto encerrado. Quem o diz é Francisco Louçã, que em entrevista ao Público (acesso condicionado) e Rádio Renascença refere que o atual contexto não justifica a saída de Carlos Costa, salientando que, com a mudança na equipa de administração do regulador da banca, o Banco de Portugal “recuperou o assento“.
Segundo o economista que agora pertence ao conselho consultivo do Banco de Portugal, as razões que poderiam justificar a mudança de governador, no seguimento da “gravíssima crise” em torno do banco de Portugal e do processo de resolução do Novo Banco, estão esgotadas. “Nessa altura, foi a minha opinião e de algumas outras pessoas que devia ter sido invocada uma falta grave e, portanto, devia ter sido iniciado o processo de substituição do governador”, começa por referir Francisco Louçã. “O Governo escolheu não o fazer e, portanto, esse assunto está encerrado, não há agora um processo de substituição do governador e não vai haver no contexto que estamos a viver”, diz.
Para Francisco Louçã, as mudanças na equipa de administração do Banco de Portugal, recentemente aprovadas pelo Governo, contribuem mesmo para reforçar a permanência de Carlos Costa na liderança do regulador. “O Banco de Portugal até recuperou o assento, porque reconstituiu a sua administração com sinais que me parecem relevantes, do ponto de vista do seu esforço e da sua competência”, refere a esse propósito.
Relativamente à recente polémica gerada em torno do aumento dos dividendos do Banco de Portugal, no seguimento do relatório sobre a dívida elaborado por um grupo de trabalho composto pelo Partido Socialista e pelo Bloco de Esquerda e do qual Francisco Louçã foi co-autor, o economista diz que as críticas de Passos Coelho “prova ligeireza ou leviandade”. “Passos Coelho disse que o grupo queria assaltar as reservas do Banco de Portugal, o que eu não sei se prova ligeireza ou leviandade, porque as reservas aumentam todos os anos por força de lei: 10% dos resultados são acrescentados em reservas e isso acontece sempre”, remata.
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