Relatório sobre dívida: CDS diz que “montanha pariu um rato”
Para Assunção Cristas, "aquilo que é bom no relatório já foi feito" mas a parte inovadora "é má e preocupante".
A presidente do CDS-PP disse hoje que a “montanha” do relatório de PS e BE sobre a dívida portuguesa “pariu um rato”, porque ” aquilo que é bom no relatório já foi feito” e “a parte inovadora é má e preocupante”.
“Estamos numa feira popular, apetece-me usar a expressão do povo de que a montanha pariu um rato“, disse Assunção Cristas aos jornalistas em Beja, durante uma visita à Ovibeja, a propósito do relatório do grupo de trabalho de PS e Bloco de Esquerda (BE) sobre a sustentabilidade da dívida portuguesa.
Segundo a líder dos centristas, “aquilo que é bom no relatório já foi feito, nomeadamente quando se aumentaram as maturidades, pagando mais extensamente e quando se diminuíram os juros, e quando se fez um pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no tempo do anterior Governo e que este Governo, aliás, veio limitar”.
“Em relação à parte positiva do relatório, pois muito bem, é o reconhecimento de que o trabalho que foi feito anteriormente [pelo Governo PSD/CDS-PP] afinal estava no bom caminho”, afirmou.
Agora, prosseguiu, o relatório sugere pagar antecipadamente ao FMI: “Achamos muito bem, é um dinheiro caro, vale a pena pagar antecipadamente e renovar por uma dívida mais barata”, defendeu.
Já “a parte inovadora” do relatório, “infelizmente é má e preocupante”, disse, referindo que “pensar em começar a substituir dívida de médio e longo prazo por dívida de curto e curtíssimo prazo não é o mais prudente para um país que tem 130% de dívida e que precisa de ir com regularidade aos mercados”.
Assunção Cristas referiu que está a ver “o PCP e o BE, certamente, a ficarem sem discurso, porque a famosa renegociação da dívida que pediam, afinal, resulta em nada”.
O relatório do grupo de trabalho, apresentado na sexta-feira, propõe a reestruturação da dívida portuguesa em 31%, para 91,7% do Produto Interno Bruto (PIB), e pede ao Governo “cenários concretos” de reestruturação para serem utilizados em discussões europeias.
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