Louçã: PS e governo “ficam comprometidos” com relatório da dívida
O economista considera que o relatório sobre a dívida elaborado pelo PS e BE é uma "viragem histórica assinalável".
“Comprometidos”: é assim que Francisco Louçã considera que o PS e o governo ficam em relação a uma eventual negociação da reestruturação da dívida nacional com as autoridades europeias, no seguimento do relatório sobre a restruturação da dívida apresentado pelo Partido Socialista (PS) e Bloco de esquerda (BE). A ideia é defendida pelo economista, e antigo coordenador do BE, num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no Público (acesso condicionado).
Num texto em que salienta aquelas que considera serem as três grandes novidades do Relatório sobre a Sustentabilidade das Dívidas Externa e Pública, apresentado pelo PS e pelo BE no passado dia 28 de abril, num desses pontos Francisco Louçã salienta o facto de esta ser a primeira vez na sua história que o PS “se compromete com uma proposta de reestruturação”, naquilo que considera ser uma “viragem histórica assinalável”.
“Estes 70 mil milhões não são a proposta de sempre do PS (onde é que já tinham visto isto?) nem muito menos são “micro soluções”, ou uma “migalha” que “sempre é pão”, como ligeiramente disse um dirigente político (70 mil milhões é uma migalha no prato de quem?)”, começa por dizer o economista, alertando contudo para o facto de esta proposta também comprometer tanto o PS como o governo liderado por António Costa numa eventual negociação com as autoridades europeias. “É simplesmente a proposta mais forte que já foi feita sobre a reestruturação da dívida, pelo facto único de ter um compromisso maioritário como jamais alguma proposta tinha obtido – agora, o PS e o seu governo ficam comprometidos com uma negociação concreta que devem conduzir com as autoridades europeias“, especifica Francisco Louçã.
Relativamente à postura da direita, o economista que fez parte do grupo de trabalho que elaborou na elaboração do relatório, mostra-se crítico. “Acho entusiasmante que os comentadores de direita desprezem a proposta, afirmando que só se trata de uma negociação europeia. Só? Dizem então que acham pouco. Pouco? Mais satisfeito fico por caírem na sua própria esparrela: precisamente por ser uma negociação europeia com objetivos quantificados, ficamos todos em condições de exigir conclusões dessas negociações”, escreve Francisco Louçã. E conclui: que “se elas resultarem, temos um grande primeiro passo na reestruturação da dívida, os tais mais de 70 mil milhões. Se falharem ou inexistirem, alguma coisa se concluirá sobre o campo de possibilidades na União”.
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