Quem compra mais dívida de empresas? Os fundos? Não, a Apple

  • Juliana Nogueira Santos
  • 4 Maio 2017

Com um investimento de 148 mil milhões de dólares em dívida empresarial, a Apple ultrapassa o total de ativos dos maiores fundos de obrigações mundiais.

À semelhança de tantas outras tecnológicas, a Apple tem resistido à repatriação das suas receitas. O valor do IRC em vigor não é suficientemente atrativo para que a empresa da maçã transfira as centenas de mil milhões de volta para os Estados Unidos. Mas com mais de 200 mil milhões de dólares em caixa, onde é que Tim Cook investe? Na dívida de outras empresas.

O relatório de contas relativo ao primeiro trimestre deste ano foi divulgado terça-feira e através dele pode perceber-se que dos 257 mil milhões de dólares que a Apple tem em cofre, 148 mil milhões estão investidos em dívida de outras empresas, ultrapassando assim os maiores fundos de obrigações mundiais.

Segundo dados da Bloomberg, o fundo de obrigações mais lucrativo do mundo, o Vanguard Total Bond Market Index Fund conta com um total de 145 mil milhões de dólares em ativos, seguindo-se o Vanguard Total Bond Market II Index Fund com cerca de 120 mil milhões de dólares e o Metropolitan West Total Return Bond Fund com cerca de 80 mil milhões de dólares.

Para além de obrigações de outras empresas, a Apple tem reservados 53 mil milhões de dólares em obrigações do Tesouro dos Estados Unidos da América e 21 mil milhões em títulos garantidos por ativos e por hipotecas.

Este primeiro trimestre traduziu-se em menos vendas para a empresa da maçã, mas numa expansão das receitas, sendo que conseguiu aumentar o volume de negócios para os 52,9 mil milhões de dólares. O lucro por ação ficou no 2,10 dólares, oito cêntimos acima do esperado pelos analistas.

A Apple continua a aguardar a execução do novo plano fiscal anunciado pelo Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, e que pressupõe a diminuição do IRC para os 10%. Esta já tinha sido uma medida prometida pelo candidato Trump que quer assim aumentar a competitividade do país.

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