Investimento direto estrangeiro afunda mais de 50% no primeiro semestre
As transações de investimento direto estrangeiro atingiram os dois mil milhões de euros na primeira metade de 2023, recuando 57% em relação ao mesmo período do ano passado.
O investimento direto estrangeiro (IDE) em Portugal atingiu os 2.002 milhões de euros no primeiro semestre do ano, recuando 57% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
As transações de IDE realizadas entre janeiro e junho “corresponderam sobretudo ao investimento imobiliário realizado por não residentes em Portugal”, explica o supervisor.
Os investidores residentes em países europeus foram os que mais contribuíram para o IDE em Portugal, somando um investimento de 980 milhões de euros, seguindo os investidores da Ásia (512 milhões) e da América (298 milhões).
Em sentido contrário, as transações de investimento direto de Portugal no exterior (IPE) aceleraram na primeira metade do ano. Totalizaram os 3,4 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 73% em comparação com o primeiro semestre de 2023.
“Destacou-se o investimento realizado por empresas do setor eletricidade, gás e água em empresas residentes no continente europeu”, adianta o Banco de Portugal.
IDE cai 57% no primeiro semestre
Fonte: Banco de Portugal
IDE mais do que duplica em 15 anos
O IDE em Portugal atingiu um valor recorde no final do segundo trimestre, ascendendo a 173,9 mil milhões de euros, mais do que duplicando em relação a 2008. Enquanto isso, o stock de IPE aumentou 26% no mesmo período, totalizando os 66 mil milhões de euros em junho.
“Ambos os stocks têm vindo a aumentar desde 2008, embora a ritmos diferentes”, observa o supervisor.
Em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), e para o mesmo período, Portugal apresentava um aumento de 23 pontos percentuais (pp) a nível do IDE e uma redução de três pp do IPE, acrescenta o Banco de Portugal.
Embora o peso do investimento direto estrangeiro nas economias da generalidade dos países tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, Portugal tem registado valores superiores à média dos membros da OCDE no período entre 2008 e 2022, segundo o Banco de Portugal
No caso da economia portuguesa, o stock de IDE representava 70% do PIB no final do ano passado, comparado com os 30% em 2008. Nos países da OCDE este peso passou de 23% para 51% do PIB e na União Europeia subiu de 33% para 71% do PIB.
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