Confiança dos consumidores recua pela primeira vez este ano

A confiança dos consumidores diminuiu em agosto, pela primeira vez este ano, depois de ter atingido em julho um máximo desde o início da guerra na Ucrânia. Também o clima económico voltou a recuar.

Após oito meses consecutivos a aumentar, a confiança dos consumidores voltou a baixar em agosto, pela primeira vez este ano, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Também o clima económico voltou a diminuir, à semelhança do que tinha acontecido no mês anterior.

“O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em agosto, após ter registado no mês anterior o valor máximo desde fevereiro de 2022 [mês em que a Rússia invadiu a Ucrânia], na sequência da trajetória ascendente iniciada em dezembro”, adianta o gabinete de estatísticas. Em agosto, a confiança dos consumidores foi de -21,6, contra os -20,9 registados em julho.

Evolução da confiança dos consumidores:

Por um lado, esta diminuição é explicada pelo “contributo negativo das expectativas, da evolução futura da situação financeira do agregado familiar, da realização de compras importantes por parte das famílias“, bem como “da situação económica do país“. Por outro, “as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar registaram um contributo positivo”.

Neste âmbito, o INE assinala que “o saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país diminuiu nos últimos dois meses”, após estar a subir desde novembro de 2022, tal como sucedeu com o saldo das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar.

“O saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços aumentou em agosto, após ter atingido no mês anterior o valor mínimo desde fevereiro de 2021, na sequência da trajetória marcadamente descendente observada desde março de 2022, quando atingiu o valor máximo da série”, lê-se ainda.

Entre os vários setores analisados, “os indicadores de confiança diminuíram em todos os setores”, isto é, na Indústria Transformadora, Construção e Obras Públicas e Comércio e Serviços.

Clima económico volta a agravar-se

Também o indicador de clima económico diminuiu em agosto, à semelhança do que tinha acontecido em julho e após ter estabilizado em junho. Segundo o INE, em agosto o indicador de clima económico estava em 1,4, contra os 1,5 registados no mês anterior.

O gabinete de estatísticas realça ainda que o saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda na indústria “aumentou de forma expressiva” em agosto, “interrompendo a trajetória marcadamente descendente, iniciada em novembro, que culminou em julho no valor mais baixo desde maio de 2020”.

Por sua vez, segundo o instituto, na Construção e Obras Públicas, “o saldo de respostas aumentou ligeiramente em agosto”, após ter estabilizado no mês anterior. Também nos serviços se verificou “um aumento do saldo das expectativas de preços nos últimos dois meses, após ter também diminuído desde fevereiro”, conclui.

Sentimento económico recua em agosto na Zona Euro e UE

O sentimento económico voltou a recuar, em agosto, face a julho, na Zona Euro (-1,2 pontos para os 93,3) e na União Europeia (UE, -0,6 pontos para os 92,9), segundo dados divulgados esta quarta-feira pela Comissão Europeia.

De acordo com os dados da Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros (DG ECFIN) do executivo comunitário, citados pela Lusa, na UE e na Zona Euro, a confiança dos consumidores (-16 e -17 pontos, respetivamente) e dos empresários dos setores da indústria (-10,3 e -9,8), construção (-5,2 e -7,7) e comércio a retalho (-5 e -4,5) foram as que recuaram mais acentuadamente, de julho para agosto.

Considerando as maiores economias da UE, o indicador do sentimento económico deteriorou-se em França (-2,5), na Alemanha (-2,4) e em Itália (-1,1), tendo melhorado em Espanha (1,5), na Polónia (1,2) e ligeiramente nos Países Baixos (0,2 pontos).

De acordo com a DG ECFIN, também o indicador das expectativas de emprego recuou em agosto: 1,3 pontos para os 102,1 na zona euro e -1,0 para os 101,7 pontos na UE. O sentimento económico está a diminuir, na UE, há sete meses consecutivos e, na zona euro, desde abril.

(Notícia atualizada às 11h32 com os dados da Zona Euro e UE)

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