EDP afasta imparidades por causa do offshore nos EUA. Ações seguem pressionadas

O grupo EDP já perdeu quase 1,5 mil milhões de euros em bolsa desde que a concorrente Orsted apontou incertezas quanto ao futuro dos projetos de offshore nos EUA. A EDP rejeita problemas semelhantes.

A Ocean Winds (OW), a empresa constituída pela EDP Renováveis e Engie para o investimento em projetos de eólico offshore, indica que não vê necessidade de registar imparidades na sequência de nenhum dos três projetos de que é promotora nos Estados Unidos. Isto, depois de a dinamarquesa Orsted ter avançado com a criação de imparidades, acusando pressão nos projetos de eólico offshore que tem planeados em território norte-americano.

A OW avaliou as condições atuais e não antevê a necessidade de registar imparidades“, afirma fonte oficial da EDP ao ECO/Capital Verde. Este esclarecimento acontece depois de a concorrente Orsted ter divulgado publicamente, esta quarta-feira, que iria registar imparidades de 2,3 mil milhões de dólares tendo em conta problemas que surgiram com os projetos offshore nos Estados Unidos. Explicou estar a sofrer com falhas na cadeia de valor, a grande subida nas taxas de juro e créditos fiscais aquém do esperado.

Depois desta comunicação, as ações da empresa dinamarquesa perderam 25% do valor, estando agora a recuperar na ordem dos 5%. Em Lisboa, a EDP e a EDP Renováveis também fecharam no vermelho, sendo que a tendência se prolongou para esta quinta-feira. A EDP Renováveis terminou esta sessão com uma quebra de 1,72% para os 16,90 euros, e a casa-mãe recuou 1,27% para os 4,20 euros. Neste sentido, desde quarta-feira, o dia da comunicação da Orsted, o grupo EDP já perdeu quase 1,5 mil milhões de euros do seu valor em bolsa.

De acordo com a empresa portuguesa, o portfólio da OW tem “um nível reduzido de custos de desenvolvimento até à data”. Para já, nenhum dos projetos da OW nos Estados Unidos apresentou despesas de capital significativas, complementa a EDP, com a maioria do valor até ao momento a ser investido em licenças de exploração e custos de desenvolvimento. A energética portuguesa, questionada sobre o assunto, não faz contudo referência a possíveis problemas na cadeia de valor.

Em paralelo, a EDP antecipa “várias oportunidades de criação de valor“, as quais deverão surgir à medida que os Estados progridam no cumprimento dos seus objetivos renováveis até 2030.

“Os Estados Unidos continuam a ser um mercado estratégico para a EDPR, onde continuamos a encontrar oportunidades de crescimento com rentabilidade e criação de valor em linha com o nosso Plano de Negócios 2023-2026”, conclui a mesma fonte.

A OW detém atualmente licença para desenvolver três projetos de energia eólica offshore na América do Norte, com uma capacidade instalada total estimada de 6 GW, e nos quais detém uma participação de 50%. São eles o SouthCoast Wind, uma parceria com a Shell, o Bluepoint Wind, partilhado com o fundo de investimento Global Infrastructure Partners (GIP), e o Golden State Wind, com o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB).

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