Portugueses apostam muito. Estão a ganhar mais. Quanto?
Os portugueses estão a apostar mais nos jogos sociais. A Raspadinha domina, mas o Placard é o que mais cresce. Ainda assim, é o Euromilhões que gera o maior retorno. Até o Estado ganha mais.
Jogar? Sim. São muitos os portugueses que tentam diariamente a sorte, nomeadamente através dos jogos sociais da Santa Casa. Gastam milhares de milhões de euros para tentarem multiplicar o dinheiro que têm em carteira, principalmente através da Raspadinha que representa cerca de metade de todas as apostas feitas em Portugal. O Placard está a ganhar terreno, mas quem quer ficar excêntrico tem mesmo de ter sorte no Euromilhões.
“Em 2016 as vendas brutas dos Jogos Santa Casa foram de 2.775,2 milhões de euros, o que representou um crescimento inédito em volume de vendas. O aumento verificado neste ano foi de 534,9 milhões de euros, mais 23,9% do que o registado em 2015″, explica a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Relatório e Contas de 2016.
Para o crescimento das receitas dos Jogos Santa Casa há o maior apetite dos portugueses por estes jogos, mas também do “alargamento da base de apostadores, através da diversificação e rejuvenescimento da oferta”. Como assim? Há cada vez mais jogos. E o Placard, um dos mais recentes, está a ter grande adesão: “atingiu um volume de negócios de 385,4 milhões de euros, o que representou 72,1% do acréscimo global de vendas de 2016”.
Em 2016 as vendas brutas dos Jogos Santa Casa foram de 2.775,2 milhões de euros, o que representou um crescimento inédito em volume de vendas. O aumento verificado neste ano foi de 534,9 milhões de euros, mais 23,9% do que o registado em 2015
O Placard está já no pódio dos jogos preferidos, ficando atrás do Euromilhões. “O lançamento do M1LHÃO e as alterações introduzidas no Euromilhões mostraram-se eficazes na atenuação da tendência de queda de vendas do Euromilhões nos últimos anos tendo as suas vendas conjuntas registado um decréscimo de 1,3%”, mas para 809,7 milhões de euros.
Então, quem é o campeão de vendas? “A Raspadinha manteve-se como jogo mais vendido, com um volume de vendas de 1.359,1 milhões de euros”, diz a Santa Casa. Apesar do Placard se estar a impor perante os outros jogos, não consegue fazer frente à moda de raspar para (tentar) ganhar. “Conquistou terreno a todas as outras categorias de jogo, embora no caso da Raspadinha este efeito tenha sido menos significativo). A quota de vendas está nos 49%.
Retornos? Impressionantes (para alguns)
O dinheiro que os portugueses apostam é, em parte, devolvido à sociedade. Uma outra “fatia” é para prémios, quando os apostadores têm sorte ao jogo. Só no último ano os prémios atribuídos totalizaram 1.668,0 milhões de euros, mais 372,4 milhões de euros do que em 2015″, diz a Santa Casa. “Em 2016 a parcela das vendas brutas destinada a prémios foi de 60,1%, após ter-se registado um peso relativo de 57,8% em 2015 e de 56,7% em 2014”, nota.
A Santa Casa diz que “2016 foi mais um ano marcado pela distribuição de muitos e grandes prémios aos portugueses”. Muitos milhares de milhões para vários apostadores, alguns deles com retornos de outro mundo, especialmente no Euromilhões (que deu cinco primeiros prémios em Portugal, num valor global de mais de 219,5 milhões de euros). Com apenas uma aposta de seis euros, um apostador ganhou mais de 73 milhões. Ou seja, um retorno de 1.216.704.517%.
Se o maior prémio do Euromilhões gerou um retorno tão elevado, o segundo maior foi obtido com uma aposta de apenas um euro no Joker: 726.899.300%, ao pagar 7,26 milhões de euros. O Placard deu um prémio de 25.113 euros, mas foi precisa uma aposta de 50 euros. Ainda assim, o retorno ascendeu a 50.126%.
Estado não joga, mas ganha (ainda mais)
Se os apostadores gastaram muito, mas também ganharam muito, o Estado ficou-se pelos ganhos. “Ao financiamento direto das boas causas acresce o montante entregue ao Estado sob a forma de imposto do selo”, diz a Santa Casa, revelando que foram entregues 183,6 milhões de euros em impostos, mais 12,2% que em 2015.
“O imposto do selo gerado pelos JSC neste último ano atingiu 183,6 milhões de euros, tendo registado um crescimento de 2,9% face a 2015, sobretudo motivado pelo aumento do valor em apostas, uma vez que o imposto resultante dos prémios atribuídos diminuiu, fruto da atribuição de um valor de prémios inferior nas categorias superiores a 5.000 euros. No entanto, a receita fiscal resultante das taxas que incidiram sobre as vendas (4,5% incluídos no valor da aposta) e sobre o valor dos prémios continuou a constituir uma parcela bastante significativa da receita fiscal do Estado em imposto do selo, tendo representado 12,2% do total da receita originada por este imposto”, nota.
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