Incêndio em Odemira causou prejuízo de 7 milhões em habitações
"Chegámos, mais ou menos, a um valor entre os nove e os 11 milhões de euros de prejuízos globais", adiantou o autarca. Desta valor, cerca de sete milhões foram danos em casas do concelho.
O incêndio no concelho de Odemira (Beja), em agosto, causou danos de sete milhões de euros em habitações, adiantou o presidente do município, confirmando que o prejuízo total será “entre os nove e os 11 milhões de euros”.
“Estamos a falar de 2,7 milhões de prejuízos na área do turismo, mas também à volta de sete milhões de prejuízos nas habitações, o que é, de facto, esmagador”, disse esta sexta-feira à agência Lusa o presidente da autarquia, Hélder Guerreiro (PS), após a sessão solene comemorativa do Dia do Município.
Depois de, no início da semana, ter estimado que os prejuízos causados pelo incêndio que deflagrou no concelho em 5 de agosto poderiam rondar os 10 milhões de euros, o presidente da câmara municipal confirmou que “o processo de levantamento dos valores em causa está basicamente terminado”.
“Chegámos, mais ou menos, a um valor entre os nove e os 11 milhões de euros de prejuízos globais”, avançou. Grande parte deste montante, “à volta de sete milhões”, diz respeito a prejuízos nas habitações. Segundo o autarca, trata-se de habitações “que sofreram danos, algumas totais, mas muitas parciais”.
A tudo isto há ainda que “juntar as contas feitas pela agricultura, que ainda não temos”, continuou o presidente do município do litoral alentejano. Os valores finais dos prejuízos serão apresentados pela Câmara de Odemira, no próximo dia 12, à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que estará no concelho nesse dia.
O presidente da autarquia espera que a governante confirme na altura a disponibilidade do governo para avançar com apoios financeiros aos lesados. “Espero [apoios financeiros] e penso que este governo tem tido nesta situação uma postura de bom senso e de trabalho com transparência e verdade connosco”, disse.
Ainda assim, Hélder Guerreiro reconheceu à Lusa que haverá “situações que, porventura, podem vir a não ser objeto de apoio, nomeadamente habitações secundárias ou que não tinham o processo legal completo”. “Para isso vamos também tentar encontrar soluções com as pessoas”, afirmou.
De momento, acrescentou, a autarquia já começou a “trabalhar naquilo que é a prevenção, nomeadamente linhas de água que estão obstruídas”. “Há todo um trabalho que já iniciámos de reabilitação das linhas de água e também de algumas encostas, que precisam de um trabalho de prevenção de escorrências e de desmoronamentos”, disse.
O incêndio no concelho de Odemira teve início no dia 5 de agosto e foi dado como dominado às 10:15 do dia 09, seis dias depois de ter deflagrado numa área de mato e pinhal na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio. O fogo chegou a entrar nos municípios algarvios de Monchique e Aljezur e a área ardida ascende a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.
Na sessão solene do Dia do Município, realizada na manhã de hoje, o presidente da Câmara de Odemira recordou os dias do incêndio, agradecendo “a entrega de todos os agentes envolvidos no combate” às chamas e elogiando “o incrível movimento de solidariedade que foi além do concelho”. “São estas e outras experiências que fazem de Odemira um concelho de gentes que não se acomodam e fazem das suas aparentes desvantagens, forças”, concluiu.
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