Portugal é dos países onde custos dos patrões com salários estão a subir menos

Custos dos empregadores portugueses com salários cresceram cerca de 3% no segundo trimestre, face ao mesmo período do último ano. Uma subida bem inferior à média europeia e da Zona Euro.

Os custos dos patrões com salários estão a aumentar na generalidade dos países europeus, mas nalguns a subida é bem mais expressiva do que noutros. Enquanto na Hungria os custos salariais dispararam mais de 17% no segundo trimestre, em Malta subiram pouco acima dos 2%. E Portugal? Por cá, os gastos dos empregadores com ordenados cresceram em torno de 3%, tendo sido essa a quarta menor variação positiva registada entre os países do Velho Continente. Os custos dos patrões portugueses extra salários subiram, porém, mais do que a média comunitária.

“No segundo trimestre de 2023, os custos do trabalho por hora subiram 4,5% na Zona Euro e 5,0% na União Europeia (UE), em comparação com o mesmo período do ano passado. Na Zona Euro, os custos salariais por hora aumentaram 4,6%, enquanto a componente não salarial cresceu 4%. Na UE, os custos salariais por hora subiram 5,1%, enquanto a componente não salarial aumentou 4,4% no segundo trimestre”, avança esta sexta-feira o Eurostat.

Olhando apenas para os custos dos empregadores com os ordenados dos trabalhadores, os dados agora conhecidos mostram que na generalidade dos países europeus houve um aumento homólogo entre abril e junho, mas nalguns a subida foi significativamente mais acentuada do que noutros (ver gráfico abaixo).

Os maiores crescimentos dos custos salariais foram registados na Hungria (17,3%), na Croácia e na Eslovénia (ambos com 14,5%), na Roménia (14,4%) e na Bulgária (14,2%). “Outros quatros Estados-membros da UE contabilizaram aumentos acima dos 10%: Polónia (13,3%), Estónia (13,1%), Lituânia (12,4%) e Letónia (12,3%)”, acrescenta o Eurostat.

Já do outro lado da tabela aparece Malta. Ao ter visto os custos salariais crescerem 2,1% no segundo trimestre, foi o país europeu onde esses encargos menos aumentaram, no segundo trimestre. No fundo da tabela, estão também Itália e Dinamarca, países onde os custos salariais subiram, respetivamente, 2,4% e 2,7%.

O lugar de país com a quarta menor variação positiva é ocupado por Portugal. Por cá, os custos salariais aumentaram 3,3%, entre abril e junho, valor que fica abaixo das referidas médias da UE e da área da moeda única. E representa também uma desaceleração, uma vez que no arranque do ano esses encargos tinham engordado mais de 6% em termos homólogos, valor superior ao do conjunto do bloco comunitário.

Por outro lado, os custos do trabalho não salariais subiram, no segundo trimestre, 4,6% em Portugal, valor que supera a média da UE e da Zona Euro. Nessa componente, encaixam as contribuições sociais pagas pelos empregadores, bem como os impostos sobre o emprego.

A propósito, as confederações patronais propuseram, no âmbito do Orçamento do Estado para 2023, a redução em um ponto percentual da Taxa Social Única (TSU) paga pelos empregadores para 22,75%, mas o ministro das Finanças já fechou a porta a essa possibilidade, argumentando que é preciso proteger a sustentabilidade da Segurança Social.

Em Portugal, no total, os custos do trabalho aumentaram 3,5%, no segundo trimestre face ao período homólogo.

Mais europeus passaram do emprego à inatividade do que ao desemprego

O gabinete de estatísticas também publicou esta sexta-feira os números que permitem perceber os fluxos do mercado de trabalho. “Entre o primeiro e o segundo trimestres de 2023, 3,1 milhões de pessoas desempregadas na UE encontraram um emprego. Neste período, 6,7 milhões continuaram desempregadas e 3,2 milhões saíram do mercado de trabalho”, salienta o Eurostat.

Por outro lado, entre abril e junho, 2,5 milhões de pessoas que no arranque do ano tinham um posto de trabalho passaram ao desemprego e 5,2 milhões de indivíduos deixaram mesmo a força de trabalho, isto é, deixaram de estar disponíveis para trabalhar ou, pelo menos, deixaram de procurar um novo posto.

“Entre aqueles que estavam fora da força de trabalho, 4,7 milhões encontraram um emprego no segundo trimestre de 2023 e 3,7 milhões passaram ao desemprego”, nota ainda o gabinete de estatística.

Notícia atualizada às 11h58

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