“Objetivo das empresas já não é maximizar o valor do acionista”, avisa líder das empresas familiares
Sustentabilidade traz “desafio económico” às empresas devido aos “programas que vão acarretar custos muito significativos”, mas empresas familiares estão “particularmente vocacionadas” para o tema.
As empresas familiares estão “particularmente vocacionadas para medidas de sustentabilidade”, destacou esta terça-feira Peter Villax, associando essa tese à visão de “longo prazo” neste tipo de negócios. “O que nos motiva é a continuação do negócio. Cada vez que acordo de manhã é nisso que penso: como vamos continuar o progresso e o desenvolvimento da nossa empresa”, indicou.
Durante uma conferência organizada pela KPMG na Fundação de Serralves, no Porto, o presidente da Associação das Empresas Familiares (AEF) sublinhou que “todos estes projetos nos quais [vão] ter de gastar dinheiro para tornar o negócio sustentável, é gastar dinheiro no curto prazo, mas é investir para o longo prazo”. E lembrou que é preciso “integrar a forma de pensar e agir sobre sustentabilidade na própria essência do negócio”.
Por outro lado, o empresário que lidera a Bionova Capital (antiga Hovione Capital) salientou que é preciso “apoiar todos os outros fora da empresa que desenvolvem medidas que vão ajudar à sustentabilidade da sociedade, das empresas, dos agentes económicos e dos consumidores”. E a filantropia, particularizou, deve ser “muito dirigida às universidades e às escolas de negócio”, dando o exemplo da Nova SBE e da Porto Business School.
Temos de ter uma visão muitíssimo mais abrange e, diria mesmo, muitíssimo mais solidária das nossas empresas.
“O objetivo já não é maximizar o valor do acionista. Não pode ser. Temos de maximizar o valor da empresa para o acionista, mas também para a sociedade, para o trabalhador, para o fornecedor, para o cliente. Temos de ter uma visão muitíssimo mais abrangente e, diria mesmo, muitíssimo mais solidária da nossa empresa”, completou Peter Villax.
Se na área industrial, em particular, envolve uma mudança de atitude, nos métodos e nas operações para tornar as fábricas mais eficientes, produzindo o mesmo e utilizando menos recursos, o tema da sustentabilidade é descrito pelo líder da AEF como um “desafio de inovação” e igualmente económico para as empresas, uma vez que exige “programas que vão acarretar custos muito significativos”.
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