Preços da habitação interrompem desaceleração no segundo trimestre

Preços da habitação em Portugal estavam a desacelerar há três trimestres, mas a travagem foi interrompida no segundo trimestre. Ritmo de subida manteve-se nos 8,7% em termos homólogos.

Preços dos alojamentos familiares subira 8,7% no segundo trimestre, em termos homólogosNate Watson/Unsplash

Os preços da habitação em Portugal mantiveram o ritmo de subida no segundo trimestre, depois de três trimestres consecutivos de desaceleração. Trata-se de uma estabilização, o que implica que os preços das casas continuam a subir face ao ano passado, mas a um ritmo idêntico ao do trimestre anterior.

A mais recente atualização ao Índice de Preços da Habitação do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta quinta-feira, mostra que uma família portuguesa que tenha comprado casa entre abril e junho pagou mais 8,7% do teria pago nos mesmos três meses do ano passado, a mesma variação homóloga do primeiro trimestre (linha azul assinalada no gráfico).

No entanto, se a comparação for feita em cadeia, os dados do INE apontam para uma aceleração. Ou seja, enquanto o índice tinha aumentado 1,3% no primeiro trimestre face ao quarto trimestre de 2022, os preços da habitação aumentaram 3,1% no segundo trimestre de 2023 em comparação com o primeiro deste ano.

No dia em que o Governo aprova mais uma leva de apoios às famílias por causa dos custos altos da habitação em Portugal, estes dados do INE sinalizam que os preços das casas pagos pelas famílias continuam a subir a um ritmo elevado. O índice mede a evolução dos preços dos alojamentos familiares adquiridos pelas famílias no mercado residencial, com base em dados partilhados pela Autoridade Tributária referentes a dois impostos, o IMT e o IMI.

Entre esses dados está a informação de que foram transacionadas 33.624 habitações entre abril e junho, menos 22,9% do que no período homólogo (barras verdes assinaladas no gráfico). O montante envolvido nestas operações, de 6,9 mil milhões de euros, caiu 16,7%. Ambos são sinais que apontam para algum arrefecimento do mercado residencial.

O índice permite ainda distinguir as habitações novas das existentes. No caso das casas novas, os preços aceleraram em termos homólogos, de 5,7% no primeiro trimestre para 8% no segundo. Nas existentes, o aumento abrandou 0,7 pontos percentuais, para 9%.

Nos três meses até junho, quase 29% das habitações transacionadas foram na Área Metropolitana de Lisboa, uma descida de 1,8 pontos percentuais, num montante de 2,9 mil milhões de euros. As regiões Norte e Centro foram “as únicas a apresentar acréscimos nas respetivas quotas”, refere o instituto.

O aperto da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) desde o ano passado, para tentar travar a alta da inflação, tem dificultado o acesso a financiamento e levado muitas famílias a apertarem o cinto, perante o agravamento significativo das prestações do crédito à habitação. Até junho, os cinco maiores bancos renegociaram mais de 62 mil créditos, o equivalente a 1,6 vezes o número de renegociações realizadas em todo o ano de 2022.

Esta quinta-feira, o Conselho de Ministros deverá aprovar novas medidas para apoiar as famílias na habitação, incluindo uma “espécie” de moratória e o alargamento dos apoios à bonificação dos juros do crédito e do subsídio às rendas.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h35)

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