Utentes: Expansão do Metro fica “longe das necessidades”

  • Lusa
  • 8 Maio 2017

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) critica o plano de desenvolvimento da rede do metropolitano de Lisboa, anunciado pelo Governo até 2022.

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) criticou esta segunda-feira o plano de desenvolvimento da rede do metropolitano de Lisboa, anunciado pelo Governo até 2022, por considerar que a expansão fica “longe das necessidades” dos utentes.

O MUSP lamentou não ter recebido qualquer convite para a apresentação que o Governo, o Metropolitano e a Câmara de Lisboa fizeram hoje na estação de São Sebastião, em Lisboa, e na qual foi anunciada a construção de mais duas estações até 2022 – Estrela e Santos -, estando também prevista uma ligação entre o Rato (Linha Amarela) e o Cais do Sodré (Linha Verde).

O plano hoje anunciado prevê também a extensão da Linha Vermelha a partir de São Sebastião às Amoreiras e a Campo de Ourique, embora neste caso sem uma data prevista de conclusão, por falta de financiamento.

"É com pesar que percebemos que, uma vez mais, os anúncios são pouco mais que meras ações de ‘marketing’, tendo sido anunciado que até 2022, ou seja, nos próximos cinco anos, apenas serão construídas as estações da Estrela e de Santos.”

Movimento de Utentes do Serviço Público

“É com pesar que percebemos que, uma vez mais, os anúncios são pouco mais que meras ações de ‘marketing’, tendo sido anunciado que até 2022, ou seja, nos próximos cinco anos, apenas serão construídas as estações da Estrela e de Santos”, criticou o MUSP num comunicado, acrescentando que, apesar de ser “uma medida importante, fica objetivamente longe das necessidades de mobilidade existentes”.

O movimento sublinhou que, apesar da falta de convite, quis estar com a Comissão de Utentes de Transportes de Lisboa na cerimónia que as autoridades realizaram “com pompa e circunstância” em São Sebastião para anunciar a ampliação de rede e constatou que esta vai ficar “muito aquém daquilo que tinha vindo a púbico” na imprensa.

“Infelizmente, apenas a construção destas estações traz certezas e valor acrescentado para os utilizadores, uma vez que as outras propostas apresentadas, como seja a aquisição de novas composições, ficou para data incerta e na sequência de promessas idênticas de anteriores governos e administrações que nunca se vieram a concretizar”, referiu o MUSP.

As críticas também foram dirigidas ao vídeo que apontava para “melhorias no serviço prestado”, situação que o MUSP diz ser “facilmente desmentida” com uma utilização do metropolitano de Lisboa, “ainda que espaçada”. “Os atrasos e supressões são diários, as composições estão normalmente lotadas, mesmo fora de ‘hora de ponta’, fruto dessas supressões. A falta de recursos humanos nas estações leva a enormes filas junto às máquinas de venda de bilhetes, com períodos de espera que muitas vezes ultrapassam a meia hora”, contrapôs o MUSP.

A mesma fonte criticou também a falta de manutenção das composições, visível nas “mais de duas dezenas que se encontram paralisadas por falta de peças”, ou o encerramento da estação de Arroios “durante ano e meio para sofrer obras de ampliação” por “não se encontrarem soluções técnicas que permitam realizar as obras mantendo a estação em serviço”.

O movimento lamentou ainda que seja feita uma aposta “apenas no interior da cidade” de Lisboa e não se tenha uma visão integrada da área metropolitana da capital portuguesa.

“Não é apostando apenas no interior da cidade que se reduzem os veículos automóveis que entram em Lisboa. É com o alargamento da rede a concelhos limítrofes, com uma boa articulação com os outros operadores, nomeadamente ferroviários, que se pode obter esse desígnio”, defendeu o MUSP.

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