Investimento do PRR é “mais eficiente que atirar bolas de tinta verde” ao ministro, diz António Costa

"Passámos a ter 41,42% das verbas alocadas ao combate às alterações climáticas", disse o primeiro-ministro na apresentação da reprogramação do PRR, horas depois do protesto contra Duarte Cordeiro.

O primeiro-ministro sublinhou esta terça-feira que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é “um instrumento de verdadeira transformação estrutural”, destacando que as alterações climáticas, a par da área social e do investimento em qualificações e inovação, é uma das áreas que serão reforçadas no âmbito da reprogramação do plano português.

“Passámos a ter um PRR onde 41,42% das verbas são alocadas ao combate às alterações climáticas”, sinalizou António Costa, acrescentando, numa referência ao protesto que visou esta manhã Duarte Cordeiro, que este investimento “é uma forma mais eficiente de combater as alterações climáticas do que atirar bolas de tinta verde a qualquer ministro”.

Durante uma conferência organizada pela CNN Portugal, um grupo de ativistas climáticos subiu ao palco e atingiu o ministro do Ambiente com tinta verde, enquanto gritava frases de contestação ao Governo. A principal crítica foi a participação num evento sobre sustentabilidade que tinha como convidados os líderes da EDP, Miguel Stilwell, e da Galp, Filipe Silva. “Não vendam o nosso futuro” foi um dos motes usados pelos jovens, que acabaram por ser retirados da sala pelas forças de segurança.

 

Durante a sessão de apresentação da reprogramação do PRR (que “engordou” para 22,2 mil milhões de euros), que decorreu esta terça-feira no CCB, o primeiro-ministro salientou ainda que “há transformações que vão mesmo fazer mudar o país”. No campo das respostas sociais destacou o investimento em creches, em equipamento para idosos e no apoio domiciliário, assim como “novas respostas na área da deficiência e investimento em habitação ou na renovação das escolas”.

“É um investimento coerente com a estratégia da descentralização para os municípios”, dado que uma “grande fatia [desse reforço] visa financiar essa descentralização”, frisou o chefe do Executivo socialista.

Acrescentar oito mil milhões à economia e criar 18 mil empregos

Por outro lado, o primeiro-ministro realçou o “grande reforço” em “dois dos motores” de competitividade — qualificações e inovação –, em que há um aumento de “quase 50%” face às verbas inicialmente previstas. Neste âmbito, destacou as agendas mobilizadoras, com um total de 53 consórcios e mais de 150 entidades que têm “centenas de produtos, processos ou serviços em fase de desenvolvimento para estarem no mercado até ao final de 2026”.

“A nossa economia vai acelerar a sua mudança com o PRR. Estamos a fazer um investimento que não aumenta o PIB hoje ou em 2025. Estamos a falar de investimentos que vão acrescentar oito mil milhões de euros de volume de negócios à economia portuguesa a partir de 2026”, afirmou, calculando que o plano vai permitir criar 18 mil postos de trabalhos, dos quais “11 mil altamente qualificados”.

Para o chefe de Governo, o “país é sempre excecional nos momentos excecionais”, ainda que tenha “grande dificuldade” em ser excecional “no dia-a-dia”. Por isso, Costa deixa o aviso: “Ou temos tudo concluído 31 de dezembro de 2026 ou perdemos esta aposta. Esta é condição onde funcionamos melhor e é um excelente treino”, concluiu.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h36)

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