Estado recupera verba injetada no BPP mas perde parte dos juros

Até março deste ano, o Estado já recuperou quase 408 milhões de euros da garantia 450 milhões do Banco Privado Português (BPP). O remanescente deverá ser saldado ainda este ano, avança o Expresso (acesso pago). A recuperação integral da verba é conseguida ao ficar com as coleções de obras de arte contemporâneas do BPP e da Ellipse, na sequência de um acordo com a Comissão Liquidatária do BPP.

No entanto, vão ficar por cobrar parte dos 160 milhões de euros em juros porque “os ativos dados em garantia não são suficientes para o pagamento integral dos mesmos”, explicou o presidente da Comissão Liquidatário do BPP, Manuel Mendes Paulo, ao semanário. “A parte dos juros não paga é depois considerada como crédito subordinado e para esta classe de credor não deverá haver dinheiro”, acrescenta.

Aos restantes credores do BPP estão por pagar 944 milhões de euros a clientes, ao Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) e ao Sistema de Indemnização aos Investidores (SII), entre outros. Nas contas apresentadas ao Tribunal do Comércio relativas a março deste ano, o valor do ativo líquido é de 230 milhões e o passivo de 1,27 mil milhões. Ou seja, a situação líquida é negativa em 1,04 mil milhões, portanto não deverá haver dinheiro para pagar na totalidade aos credores.