Descida do preço do petróleo faz importações caírem o dobro das exportações em agosto
Em agosto, o défice da balança comercial encolheu em 1.022 milhões de euros, para 2.400 milhões de euros, face a igual período do ano passado, indica o INE.
As exportações de bens recuaram 7,7% em agosto, em termos nominais, em comparação com o mesmo mês de 2022, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). É o quinto mês consecutivo em queda. Já as importações registaram uma descida homóloga de 16%, isto é, quase o dobro da verificada nas vendas de mercadorias ao exterior, o que acontece à boleia da descida do preço do petróleo.
Os combustíveis e lubrificantes são uma das categorias a influenciar este desempenho, com o INE a destacar que esta categoria recuou 47,2%, “principalmente de óleos brutos de petróleo (-78,7%), refletindo sobretudo a descida do preço deste produto no mercado internacional (-77,4%)”.
Neste âmbito, o gabinete de estatísticas sinaliza ainda o decréscimo de 18,2% dos fornecimentos industriais, “principalmente de produtos químicos, de plásticos e borrachas e de metais comuns”. Por outro lado, e a evitar uma queda ainda mais significativa das importações, houve um acréscimo no material de transporte (+19,1%), “principalmente automóveis para transporte de passageiros, maioritariamente provenientes de Espanha”.
Já no que toca às exportações, o INE salienta igualmente a queda homóloga de 26,4% dos combustíveis e lubrificantes, refletindo também “sobretudo a descida do preço destes produtos, uma vez que se registou um ligeiro acréscimo em volume”. Assim como o decréscimo de 15,5% dos fornecimentos industriais, “sobretudo de pastas celulósicas e papel e de produtos químicos”.
“Excluindo combustíveis e lubrificantes, observaram-se diminuições de 5,3% nas exportações e 6,5% nas importações (-6,9% e -0,1%, respetivamente, em julho de 2023)”, acrescenta o gabinete de estatísticas no mesmo destaque.
Neste contexto, “os índices de valor unitário (preços) registaram variações de -6,0% nas exportações e -14,2% nas importações”, nota o INE, sublinhando que estes dados refletem o ajustamento dos preços dos produtos petrolíferos, dado que, excluindo estes produtos, se
registaram decréscimos de 1,2% nas exportações e de 4,1% nas importações.
Já no agregado do trimestre terminado em agosto, as exportações e as importações diminuíram 7% e 10,7%, respetivamente, em relação ao mesmo período de 2022.
Em agosto, o défice da balança comercial portuguesa (exportações menos importações) encolheu em 1.022 milhões de euros, para 2.400 milhões de euros, face a igual período do ano passado. No entanto, quando comparado com o mês anterior, verificou-se um aumento de 213 milhões de euros.
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