Foram entregues mais de mil pré-avisos de greve em oito meses
Da saúde à educação, passando pelos transportes, o ano de 2023 está a ser marcado por últimas greves. Dados oficiais mostram que é na Administração Pública que tem havido mais protestos.
O fim do ano ainda vai longe, mas já deram entrada quase tantos pré-avisos de greve como no conjunto de 2022. De acordo com os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), em agosto ultrapassou-se a fasquia dos mil avisos prévios, sendo que a maior fatia das paralisações diz respeito à Administração Pública.
Só no oitavo mês do ano, foram entregues 31 pré-avisos de greve, menos do que os 56 que tinham dado entrada no mês anterior, mas o suficiente para colocar o acumulado até ao momento acima dos mil avisos prévios. No total, até agosto, deram entrada 1.011 pré-avisos de greve, mostram os dados da DGERT.
Em comparação, em todo o ano de 2022, tinham sido entregues 1.087 avisos prévios de paralisação, sendo que esse tinha já sido o valor mais elevado registado desde 2013.
Ora, a manter-se o atual ritmo, 2023 está a caminho de superar o ano passado, ainda que seja difícil que supere os 1.534 pré-avisos registados no conturbado ano de 2013, quando Portugal estava submetido ao programa de ajustamento acordado com Comissão Europeia, BCE e FMI e no terceiro ano consecutivo de recessão.
Os dados relativos a agosto dão conta que é no setor da Administração Pública e Defesa, e Segurança Social Obrigatória que se tem registado mais protestos deste tipo (39% dos avisos prévios que deram entrada nesse mês diziam respeito a esta atividade). Em destaque estão também as atividades de saúde humana e apoio social (16%), as atividades administrativas e dos serviços de apoio (13%) e os transportes (10%).
Além das greves que já aconteceram, para 27 de outubro está já marcada uma nova paralisação no Estado. A Frente Comum convocou uma greve para contestar a proposta do Governo de aumento salarial na Administração Pública, que garante a apenas 35% dos funcionários a recuperação de uma parte do poder de compra.
Entretanto, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai aderir à greve nacional de 27 de outubro e admite avançar para novas formas de luta juntamente com outras estruturas sindicais, como um novo ciclo de greves por distritos.
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