Produção elétrica da EDP cai 11% até setembro
Volume de eletricidade comercializado na Península Ibérica diminuiu 10% em termos homólogos, refletindo a diminuição dos volumes vendidos a clientes empresariais em Espanha, diz a EDP.
A produção de eletricidade pela EDP registou uma queda de 11% entre janeiro e setembro face ao período homólogo, revelou a empresa esta terça-feira, numa súmula de dados operacionais divulgada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Esta redução é explicada pelo desempenho das centrais termoelétricas que acaba por anular o efeito positivo do aumento da potência instalada do grupo (subiu 3%).
Já a EDP Renováveis, que é detida em mais de 71% pela EDP, no mesmo período, conseguiu aumentar a produção de eletricidade em 3%, “como resultado das adições de capacidade que totalizaram +1,7 GW, com a capacidade instalada a atingir os 15,1 GW (capacidade líquida +0,8 GW”, face aos primeiros nove meses de 2022, “incluindo o impacto da rotação de ativos)”, explica a empresa num balanço semelhante, também remetido esta terça-feira à CMVM. O mercado reagiu bem a estes indicadores já que as ações abriram em alta a valorizar cerca de 1%.
No detalhe do seu desempenho operacional até setembro, a EDP revela uma descida de 1% da produção eólica, um crescimento de 16% da produção hídrica e de 101% na solar. A empresa liderada por Miguel Stilwell faz questão de sublinhar o crescimento homólogo de 58% registado na produção de energia hídrica na Península Ibérica detalhando que, no final de setembro, “os níveis de reservatórios hídricos em Portugal permaneceram nos 69%, em máximos históricos (16 p.p. acima da média) dos últimos dez anos para esta altura do ano, o que suporta as perspetivas de produção hídrica para os meses seguintes”.
No que diz respeito à produção de energia térmica houve uma queda de 54% face aos primeiros nove meses de 2022 resultado “da recuperação hídrica e aumento da geração renovável”. No caso específico do carvão, a queda foi de 58%, isto porque, no Brasil, por exemplo, “a geração de carvão continuou a zero” e, em setembro, “a EDP assinou o acordo para a venda de 80% da central a carvão de Pecém, com 720 MW de capacidade instalada, que será desconsolidada após a conclusão da transação”, acrescenta a elétrica.
Ainda relativamente ao mercado brasileiro, a EDP recorda que concluiu no terceiro trimestre a aquisição das ações remanescentes da EDP Brasil em um investimento total de cerca de mil milhões de euros, após o sucesso da OPA sobre a EDP Brasil.
No que diz respeito ao negócio da comercialização de eletricidade, a EDP revela que o volume de eletricidade vendida na Península Ibérica caiu 10%, em grande medida devido à queda de 21% em Espanha, reflexo da “diminuição dos volumes vendidos a clientes empresariais em Espanha”. Em Portugal, as vendas no mercado liberalizado caíram 5%, mas subiram 10% no regulado em virtude do aumento dos preços da energia que levou muitos consumidores a regressarem a este mercado.
A empresa liderada por Miguel Stilwell aproveita ainda este balanço operacional, que antecede a apresentação de resultados agendada para 2 de novembro, para informar o mercado que a atualização a proposta da ERSE de tarifas e preços para a energia elétrica em 2024, anunciada segunda-feira à noite, “garante as condições necessárias para a conclusão de novas securitizações de ativos regulatórios até ao final do ano”.
No gás, as quedas foram mais acentuadas (31% no total): uma queda de 28% em Espanha e de 42% em Portugal no mercado liberalizado, já que no mercado regulado se registou uma subida de 135% no primeiros nove meses do ano.
(Notícia atualizada com mais informação)
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