Air France vai deixar o aeroporto de Paris-Orly para concentrar operação

A Air France vai deixar o aeroporto internacional localizado ao sul de Paris e concentrar toda a operação em Charles de Gaulle. Estratégia visa tirar partido do efeito de "hub".

A Air France anunciou esta quarta-feira que deixará praticamente de usar o aeroporto internacional de Paris-Orly, após 70 anos de presença na segunda maior infraestrutura aeroportuária do país. Decisão terá efeitos a partir de 2026 e abrange voos domésticos e para territórios ultramarinos.

“O crescimento das videoconferências, a queda nas viagens domésticas de negócios e a crescente mudança para o transporte ferroviário (à luz das recomendações do Governo e das políticas de responsabilidade social) estão a levar a uma queda estrutural na procura na rede ponto-a-ponto doméstica da Air France. Entre 2019 e 2023, o tráfego nas rotas domésticas a partir de Paris-Orly caiu 40%, e até 60% nas viagens de ida e volta de um só dia”, afirma a empresa num comunicado divulgado esta quarta-feira no seu site.

O projeto, apresentado aos órgãos representativos dos trabalhadores, prevê um período de transição até ao verão de 2026. A partir dessa data, “a Air France vai operar todos os seus voos domésticos e internacionais a partir do hub em Paris-Charles de Gaulle“, informa a mesma fonte. Devido a obrigações de serviço público, daí em diante só a ligação à Córsega continuará a ser feita a partir de Paris-Orly.

Sai a Air France, entre a Transavia, a companhia low-cost do grupo Air France – KLM, que passará a ser “o operador de referência de Paris-Orly”. Até 2016, a Air France continuará a servir Toulouse, Marselha, Nice e os territórios ultramarimos a partir do aeroporto do sul de Paris.

A concentração em Charles de Gaulle permite tirar melhor partido do efeito de hub, com um aeroporto principal onde os voos de longo curso são alimentados pelos voos de curto e médio curso, ajudando a rentabilizá-los.

Tem sido essa também a estratégia utilizada pela TAP, no Humberto Delgado. A opção entre um aeroporto único ou uma solução dual para a região de Lisboa está em avaliação pela Comissão Técnica Independente responsável pela Avaliação Ambiental Estratégica. O presidente da Emirates, Tim Clark, defendeu recentemente a opção por uma única infraestrutura. “Sou uma pessoa que acredita no poder do hub. Se é para construir outro, construam grande o suficiente”, disse o responsável.

O grupo Air France – KLM é, recorde-se, um dos interessados no processo de reprivatização da companhia aérea portuguesa, que o Governo aprovou no final de setembro.

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