QuantumNova levanta 2 milhões para dar músculo a cibersegurança com EUA na mira
A deep tech portuguesa, especializada em cibersegurança pós-quântica, já aponta à entrada nos Estados Unidos, Médio Oriente e África para o próximo ano.
A QuantumNova levantou dois milhões de euros na primeira ronda pre-seed. Novos produtos e reforço da equipa são os objetivos com esta injeção de capital. Até ao final do ano querem contratar “até 30 pessoas” e, para 2024, a deep tech portuguesa, especializada em cibersegurança pós-quântica, já aponta à entrada nos Estados Unidos, Médio Oriente e África.
“Esta ronda teve como principal objetivo a estruturação da empresa e da equipa, assim como a preparação dos produtos e soluções de cibersegurança pós-quântica que a QuantumNova disponibiliza atualmente no mercado. Estas incluem, por exemplo, uma VPN pós-quântica ou um gestor de base de dados resistente a ataques quânticos”, adianta André Grilo, CEO e fundador da deeptech, ao ECO.
O desenvolvimento de novos produtos está entre os objetivos desta ronda que, entre os investidores, contou com os business angels António Martins e João Pereira, diretor de investimentos da Portugal Ventures.
Proteger dados da “ameaça quântica”
A deeptech, que tem como “missão dotar as organizações de mecanismos que permitam fazer face à ameaça quântica”, tem vindo a alargar oferta, tendo mais, recentemente, desenvolvido uma solução que “permite ajudar as empresas a proteger os seus websites com chaves assimétricas suportadas com criptografia resiliente a todo o tipo de ataques, incluindo quânticos.”
“Temos tido procura por parte de empresas que já estão cientes que a cibersegurança é um pilar estratégico essencial para o sucesso e vida das organizações e que pretendem reforçar os seus mecanismos de defesa, antecipando, já hoje, os riscos trazidos pela computação quântica“, adianta o fundador da deeptech.
Entre os “clientes prioritários” estão empresas que lidam com informação mais sensível e confidencial, como as da área dos cuidados de saúde. “Temos tido também bastante procura por parte de tech providers, mas sabemos que nos dias de hoje todas as empresas têm ativos digitais que importa preservar e proteger, pelo que queremos suportar essa transição para esta nova era quântica com uma tecnologia segura e fácil de implementar”, refere. “Temos estabelecido algumas parcerias, que oportunamente tornaremos públicas”, disse ainda, sem mais detalhes.
Num momento em que o tema da cibersegurança está em alta – como comprovam os ataques sucessivos aos dados e infraestruturas de empresas por entidades maliciosas –, o que distingue a QuantumNova de empresas que oferecem soluções nesse campo?
André Grilo fala de uma “abordagem de vanguarda à cibersegurança” da deeptech. “Esta singularidade advém do reconhecimento de uma ameaça emergente crucial: a enorme capacidade de processamento dos computadores quânticos, que tem o potencial de tornar obsoletos os protocolos de proteção criptográfica existentes. Adicionalmente, estamos cientes de que entidades maliciosas estão atualmente a praticar a estratégia “Store Now, Decrypt Later”, que consiste em recolher informações das bases de dados das organizações, antecipando o dia em que poderão decifrá-las usando esta tecnologia quântica“, explica.
“Enquanto muitas empresas apenas têm em consideração as ameaças atuais, nós preparamos a segurança dos sistemas de informação das organizações para sobreviver, tanto aos ataques dos computadores clássicos como aos dos computadores quânticos, garantindo a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos seus dados. Isto é possível devido à nossa capacidade de combinar, em simultâneo, algoritmos convencionais com algoritmos pós-quânticos, todos eles devidamente certificados pelo NIST, o principal organismo de certificação de algoritmos de cibersegurança dos EUA”, continua.
“O facto de oferecer uma combinação de algoritmos, de utilizar a metodologia KEM para garantir a total confidencialidade dos dados, de não existir necessidade das empresas adquirirem hardware quântico, permitindo que seja possível oferecer uma solução extremamente robusta, de fácil implementação e em muitos dos casos mais económica. Este conjunto de factos faz com que a QuantumNova esteja debaixo dos holofotes de muitas empresas, uma vez que é uma solução extremamente apetecível”, argumenta o fundador da deeptech.
Olho no mercado externo e reforço da equipa
Solução que André Grilo considera que pode vir a ter potencial no mercado externo. “O nosso objetivo será fortalecer a base de clientes a nível nacional e europeu e, em 2024, expandir para outros territórios, nomeadamente os EUA ou mesmo o Médio Oriente e África“, releva quando questionado sobre os planos de negócio.
Nos objetivos da ronda está igualmente o reforço da atual equipa de 10 elementos, dos quais sete são efetivos, entre equipa técnica, fundadores e marketing. “A QuantumNova está numa trajetória de crescimento estratégico e, para sustentar essa expansão, temos prevista a contratação de mais técnicos da área de cibersegurança, criptografia pós-quântica e em web3, assim como engenheiros com experiência em ambiente de blockchain”, assegura André Grilo. “Prevemos contratar até 30 pessoas até final do próximo ano.”
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