Contração da atividade da Zona Euro agudiza-se em outubro
A contração da atividade da Zona Euro agudizou-se em outubro, devido à deterioração da procura e a uma queda de novas encomendas. "As coisas vão de mal a pior", observa economista.
A contração da atividade da Zona Euro agudizou-se em outubro, devido à deterioração da procura e a uma queda de novas encomendas, que provocou a primeira redução do emprego em geral desde janeiro de 2021, segundo S&P Global.
O índice PMI (Purchasing Managers’ Index) flash da atividade da Zona Euro do Hamburg Commercial Bank (HCOB), elaborado pela S&P Global, caiu de 47,2 pontos em setembro para 46,5 em outubro, tendo ficado pelo quinto mês consecutivo abaixo de 50 pontos que separa a contração e o crescimento.
Segundo a consultora, excluindo a pandemia, “a queda da atividade empresarial foi a mais aguda desde março de 2013”, ao registar o sétimo mês consecutivo de queda da produção industrial e o terceiro mês consecutivo do setor dos serviços.
As novas encomendas do setor industrial caíram de novo “com grande intensidade” este mês, o que se traduziu numa das desacelerações mais intensas da procura do setor desde 2009. No setor dos serviços as encomendas caíram pelo quinto mês consecutivo.
“Na Zona Euro, as coisas vão de mal a pior. Em geral, isto sugere que haverá outro trimestre fraco. Não nos surpreenderia observar uma recessão leve na Zona Euro no segundo semestre deste ano”, assegurou o economista chefe do HCCOB, Cyrus de la Rubia.
Como consequência, as empresas tiveram de processar as encomendas pendentes para manter a atividade, tanto no setor industrial como no dos serviços, os mesmos que reduziram a atividade agora, a um ritmo não observado desde junho de 2020.
Este contexto de desaceleração das novas encomendas e a diminuição acelerada dos pedidos pendentes provocou uma redução de empregados pelas empresas pela primeira vez desde janeiro de 2021, com cortes pelo quinto mês consecutivo no setor industrial.
A compra de fatores de produção no setor industrial caiu em outubro a um ritmo não observado desde abril de 2009, se se excluir a pandemia, gerando a maior queda dos stocks de compras desde dezembro de 2012.
“Apesar de ter havido informações de que o aumento dos preços do petróleo subiu os custos das empresas durante o mês, o custo médio dos preços pagos no setor industrial caiu intensamente em outubro”, sublinha o comunicado do HCOB.
Nos serviços, o custo dos fatores de produção subiu devido ao aumento dos preços dos combustíveis, mas a um ritmo ligeiramente mais lento que no mês anterior.
Segundo o HCOB, foi “esperançoso que os preços médios cobrados pelos produtos e serviços tenham aumentado a um ritmo ligeiramente mais fraco em outubro”, quando a taxa de inflação recuou para um mínimo desde fevereiro de 2021.
Este mês, as empresas expressaram “uma ligeira melhoria da confiança” face à atividade no próximo ano, com um setor dos serviços mais otimista que o industrial.
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