Lucro do Santander Portugal dispara 61,5% para 621,7 milhões até setembro
Subida das taxas de juro impulsiona resultados do banco liderado por Pedro Castro e Almeida: margem financeira acelerou quase 90% para mais de mil milhões de euros nos primeiros nove meses.
O Santander Portugal registou lucros de 621,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma subida de 61,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, anunciou o banco esta sexta-feira.
Fruto da escalada das taxas de juro, a margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos) do banco liderado por Pedro Castro e Almeida superou os mil milhões de euros até setembro, subindo 88,5% em termos homólogos e compensando a queda de 3,6% das receitas com comissões líquidas para 345,7 milhões. Com efeito, o produto bancário aumentou 50,8% para 1,42 mil milhões de euros.
A instituição adianta que se mantém “um contexto concorrencial bastante competitivo” e “um quadro de elevada liquidez no sistema bancário”, o que ajuda a explicar as dinâmicas do negócio nos últimos meses. Designadamente, o facto de existir uma guerra de spreads entre bancos no mercado.
Ao nível do balanço, a carteira de crédito aumentou 3,4% para 44,9 mil milhões de euros, sendo que o impacto do aperto do Banco Central Europeu (BCE) se está a fazer sentir sobretudo no segmento do crédito da casa, que quebrou 4% para 22,1 mil milhões devido ao facto de muitas famílias estarem a pagar os seus empréstimos antes do tempo para contornar a subida das taxas de juro. O crédito ao consumo caiu 4% para 1,75 mil milhões. No que toca às empresas, a evolução da carteira foi positiva em 13% para 20,7 mil milhões.
Do lado dos recursos, o banco registou um decréscimo de 7,5% para 43,2 mil milhões, devido a saída de depósitos de clientes: caiu 9,7% para 35,4 mil milhões de euros. O que acontece é que muitas famílias utilizaram as suas poupanças para amortizar antecipadamente as suas dívidas ou então decidiram apostar noutros produtos de poupança, como os Certificados de Aforro mas não só. Os recursos fora de balanço (fundos de investimento, por exemplo) do Totta cresceram 4,2%.
Em face do atual contexto marcado pela alta dos juros e da inflação, o banco adiantou que pôs de lado mais de 60 milhões de euros para se proteger de problemas com o incumprimento nos empréstimos. Ainda que o rácio de exposições problemáticas, que inclui malparado, tenha registado uma decida para 1,6% do ativo.
Quanto aos rácios de liquidez e de solvabilidade, o Santander frisa que se mantém uma posição de liquidez sólida e os níveis de capitalização cumprem confortavelmente as exigências dos reguladores.
(Notícia atualizada às 9h45)
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