“IVA Zero” já nem permite poupar um euro no cabaz de produtos
Na última semana, o cabaz "IVA zero" monitorizado pela Deco ficou 1,17€ mais caro. Sobe há três semanas consecutivas e, face ao valor registado a 17 de abril, só permite poupança de 99 cêntimos
Chegou a dar uma poupança de cerca de 10%, mas volvidos quase sete meses desde arranque da medida a poupança é quase nula. Desde então, o preço do cabaz de bens essenciais de um conjunto 41 produtos alimentares abrangidos pelo “IVA zero” só permite poupar 99 cêntimos, de acordo com os cálculos da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco).
Em causa está a monitorização de 41 dos 46 alimentos — que incluem o peru, frango, carapau, pescada, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, leite, queijo ou manteiga –-, que desde 18 de abril passaram a estar isentos de IVA, na sequência do acordo tripartido entre Governo, distribuição e produção. Se a 17 de abril, este mesmo cabaz custava 138,77 euros, esta quarta-feira custava 137,78 euros. Contas feitas, a poupança é de apenas 99 cêntimos, o equivalente a uma quebra de 0,71%. O preço deste cabaz está a subir há três semanas consecutivas, sendo que só na última semana (de 1 a 8 de novembro) encareceu 1,17 euros (+0,86%).
Os brócolos foram o produto que mais subiu de preço, tendo registado um aumento de 58% (mais 1,39 euros) face a 17 de abril, véspera da entrada em vigor da medida. Segue-se a laranja (51%), o azeite virgem extra (29%), a pescada fresca (18%), a couve-flor (16%), a maça gala (13%), as massas espirais (9%), o iogurte líquido (8%), maçã golden (6%) e o atum posta em óleo vegetal (5%).
Já no que respeita às categorias de produtos, a carne foi a que mais beneficiou com a entrada em vigor desta medida, com a cesta de produto a recuar 5,40% (menos 2,21 euros), passando a custar 38,68 euros. Seguem-se os laticínios, que ficaram 5,09% mais baratos (menos 72 cêntimos), para 13,38 euros; o peixe cujo preço recuou 3,10% (menos 1,08 euros), passando a custar 33,79 euros e os congelados, cuja cesta ficou apenas 3 cêntimos mais barata (0,91%), passando a custar 3,56 euros.
Contudo, a medida já não consegue evitar as subidas de preços nas frutas e legumes, cuja cesta ficou 2,02 euros mais cara (mais 8,79%) face a 17 de abril, bem como nos produtos de mercearia, que encareceram 1,03 euros (4,61%) neste período.
Já se a comparação for feita com o arranque do ano, a 4 de janeiro a diferença é mais expressiva: nesse período o cabaz monitorizado pela Deco ficou cerca de quatro euros mais caro, o que se traduz numa subida de 3,08%.
Cabaz de bens essenciais sobe pela terceira semana seguida
Paralelamente, a Deco faz ainda a monitorização ao habitual cabaz de bens essenciais, que engloba 63 produtos e que inclui alguns produtos também abrangidos pelo “IVA zero”. E, tal como cabaz IVA zero, o preço deste cabaz de bens alimentares voltou a subir pela terceira semana consecutiva.
Só na última semana (entre 1 e 8 de novembro), este cabaz ficou 3,23 euros mais caro (+1,44%), passando a custar 228,09 euros. Já se compararmos com há um ano (a 9 de novembro de 2022), este cabaz está cerca de 18,61 euros mais caro, como resultado de uma subida de 8,88% dos preços. Por sua vez, se a comparação for feita com o dia anterior ao início da guerra na Ucrânia (a 23 de fevereiro de 2022), este cabaz aumentou 24,21%, passando a custar mais 44,46 euros.
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