Ministério Público poderá ter confundido portaria referida por Galamba que beneficiava Start Campus
No despacho é referido que Galamba é suspeito de ter aprovado uma portaria em benefício da Start Campus. Mas essa portaria referida pelo MP não tem nada que ver com o projeto do centro de dados.
O despacho de indiciação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pode ter mais um inconsistência. Segundo avança o Expresso, no documento é referido que João Galamba é suspeito de ter aprovado, em 2022, uma portaria com contributos dados por advogados ligados à Start Campus, em benefício desta, mas portaria referida pelo Ministério Público não tem nada que ver com o projeto do centro de dados.
A portaria em causa iria permitir à Start Campus utilizar o terreno da central de hidrogénio em Sines, explorado pela REN, para passar cabos de fibra. Mas pelo que parece essa portaria não está relacionada com o projeto do data center, mas antes com o uso de antigas centrais termoelétricas.
Esta segunda-feira serão conhecidas as medidas de coação dos cinco detidos neste caso. O Ministério Público pediu prisão preventiva para Lacerda Machado e Vítor Escária. Para Rui Neves e Afonso Salema, o Ministério Público pediu o pagamento de caução, 100 mil e 200 mil euros, respetivamente, sabe o ECO/Advocatus.
A operação de terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.
No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.
O primeiro-ministro demitiu-se, na terça-feira, depois de saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do Ministério Público a negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de março.
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