“Sinais de esperança”. Roupa de casa e EUA amparam queda das exportações têxteis em outubro
Vendas da indústria têxtil e do vestuário caíram em outubro pelo terceiro mês seguido, mas ritmo de perdas abranda face ao ano anterior. Empresários falam em “sinais de esperança”.
As exportações da indústria têxtil e do vestuário (ITV) caíram em outubro pelo terceiro mês consecutivo, com a evolução mensal homóloga a registar uma queda de 2,1% em valor, para 482 milhões de euros. Em quantidade, as cerca de 38 mil toneladas enviadas para o exterior foram 0,6% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Ainda assim, os números compilados pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), com base nas estatísticas de comércio internacional do INE, mostram um tropeção bem menos acentuado do que nos últimos meses. Em setembro, as vendas desta indústria tradicional no estrangeiro tinham tombado 8% em valor e 12% em volume.
Em comunicado, a associação liderada por Mário Jorge Machado fala em “sinais de esperança”, com os têxteis-lar e os Estados Unidos da América (EUA) a amenizarem as perdas no mês em análise. A maior economia do mundo comprou mais 11% do que há um ano (4 milhões, para um total de 41,3 milhões de euros), insuficiente para compensar a quebra de 5% (6 milhões a menos) em Espanha, o maior mercado para este setor.
Em termos de categorias, os têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados cresceram 9% em valor e 6% em quantidade. A ATP sublinha ainda os “bons resultados” nas pastas, feltros, falsos tecidos e artigos de cordoaria (+9% em valor, +11% em quantidade), assim como nos tapetes e outros revestimentos têxteis (+29% em valor, +26% em quantidade) e nos tecidos especiais, tufados, rendas, passamanarias e bordados (+26% em valor e em quantidade).
A atravessar um período de forte turbulência — o líder da Valérius, uma das principais empresas do setor, descreveu ao ECO que “à beira do que está agora a acontecer no têxtil, a pandemia foi uma pequena dor de cabeça” –, em termos acumulados, as exportações de têxteis e vestuário nos primeiros dez meses deste ano ascenderam a 4.895 milhões de euros, 5% abaixo do registado no mesmo período de 2022.
Segundo o mais recente inquérito realizado pela ATP, em parceria com a organização que representa o setor a nível europeu (Euratex), feito em setembro e em que participaram perto de uma centena de empresas deste setor, só uma em cada cinco empresas contava subir a faturação no último trimestre deste ano e quase metade (45%) previa cortar no emprego.
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