Viena é a cidade com melhor qualidade de vida para expatriados. Lisboa está no 39.º lugar
Há sete cidades europeias no 'top 10' de melhores cidades para expatriados. Crise na habitação penaliza classificação de Lisboa e Porto, que surgem no 39.º e 55.º lugares do ranking da Mercer.
Desde os cuidados de saúde, a habitação e a educação aos serviços sociais e à oferta cultural, são vários os fatores que pesam na decisão de ir viver e trabalhar para outro país. A melhor escolha, de acordo com a consultora Mercer, é a cidade de Viena, por proporcionar a mais alta qualidade de vida a expatriados.
Lisboa e Porto são as únicas cidades portuguesas com lugar no ranking da Mercer e surgem na 39.ª e 55.ª posição, respetivamente. Se se tiver em conta apenas o continente europeu, Lisboa é a 24.ª cidade europeia com melhor qualidade de vida, enquanto o Porto ocupa a 33.ª posição. E, segundo apenas o critério ambiental, a classificação das duas cidades portuguesas é pior: Lisboa está na 45.ª posição e Porto na 67.ª posição.
De acordo com o estudo da consultora, o posicionamento global de Lisboa e Porto é influenciado, sobretudo, pelo facto de Portugal enfrentar uma crise habitacional, agravada pela escalada da inflação, que leva a uma oferta limitada de imóveis para arrendamento, tendo-se tornado difícil encontrar alojamento a preços acessíveis.
Comparando com o relatório anterior, há quatro anos, Lisboa estava dois lugares acima, no 37.º, e o Porto não estava listado. Num comentário enviado ao ECO, Tiago Borges indica que não se pode fazer uma leitura direta pela inclusão de novas cidades nesta edição e de novos fatores na análise, mas ressalva que, no caso de Lisboa, se pode concluir que houve “uma estabilização da posição relativa da qualidade de vida” no ranking da consultora.
Relativamente à capital portuguesa, o responsável da Mercer Portugal destaca a “oferta de opções de educação” para os filhos de trabalhadores expatriados, a rede “fiável e segura” de serviços públicos (internet, água, eletricidade, transportes), “o clima e o ambiente político e social (interno e na relação com o exterior)” como fatores que mais beneficiaram a posição global de Lisboa no ranking. Entre os aspetos que se destacaram de forma negativa, são referidos o “congestionamento de tráfego automóvel”, a “infraestrutura aeroportuária” e a “oferta pública de serviços de saúde”.
No caso do Porto, os aspetos com maior peso são “a variedade de restaurantes, a oferta de bens de consumo, a oferta de atividades recreativas e desportivas e o aspeto transversal da estabilidade política e social interna e nas relações com o exterior”. Como pontos menos positivos, surgem “a rede de transportes, o congestionamento de tráfego e a menor conectividade internacional do seu aeroporto”.
Viena é a cidade com melhor qualidade de vida para expatriados
A capital austríaca mantém a primeira posição do ranking “Qualidade de Vida” em 2023, repetindo o feito de 2019, ano em que foi publicado o último relatório da consultora, que avalia as condições de vida em mais de 450 cidades a nível mundial.
Na segunda posição surge Zurique, na Suíça, devido à sua estabilidade política, limpeza e infraestruturas de excelente qualidade. O ‘top 3’ fica completo com uma cidade no outro lado do mundo: Auckland, na Nova Zelândia, graças ao elevado nível de cuidados de saúde e ao seu dinamismo cultural. Copenhaga (Dinamarca) e Genebra (Suíça) ocupam a quarta e a quinta posições da tabela, respetivamente, o que realça ainda mais a reputação da Suíça de oferecer uma elevada qualidade de vida.
Na América do Norte, a cidade com melhor classificação é Vancouver (Canadá). São Francisco, que ocupa a 37.ª posição, é a primeira cidade dos Estados Unidos a surgir no ranking global deste ano, devido às suas infraestruturas bem desenvolvidas, ao clima agradável e à excelente qualidade do ar. Da América Latina, a cidade melhor classificada é a capital do Uruguai, Montevideu (89.ª posição).
Dubai (79.ª posição) e Abu Dhabi (84.ª posição), ambas cidades dos Emirados Árabes Unidos, lideram a classificação na região do Médio Oriente, para a qual contribuíram as suas infraestruturas modernas e comunidades de expatriados diversificadas. Já Port Louis (88.º lugar), capital das Ilhas Maurício, tem a melhor qualidade de vida no continente africano, enquanto Singapura está na primeira posição entre as cidades asiáticas e na 29.ª no ranking geral.
Das maiores áreas metropolitanas do mundo, com uma população superior a 10 milhões de habitantes, destacam-se as cidades de Paris (32.º lugar), Nova Iorque (40.º lugar) e Londres (45.º lugar). Embora sejam locais muito cobiçados por emigrantes, enfrentam vários desafios na oferta de uma boa qualidade de vida.
“O cenário global atual é afetado por tensões geopolíticas, desastres naturais e outros desafios económicos, todos eles com implicações significativas para as cidades e para a sua capacidade de atrair e reter talento. Muitos colaboradores estão a reconsiderar as suas prioridades e a avaliar a qualidade de vida que lhes é proporcionada, a eles e às suas famílias, nos lugares onde vivem e trabalham”, refere Tiago Borges, Career Leader da Mercer Portugal, citado num comunicado sobre o ranking.
Veja as 10 cidades com melhor qualidade de vida para expatriados, segundo a Mercer:
- Viena (Áustria)
- Zurique (Suíça)
- Auckland (Nova Zelândia)
- Copenhaga (Dinamarca)
- Genebra (Suíça)
- Frankfurt (Alemanha)
- Munique (Alemanha)
- Vancouver (Canadá)
- Sydney (Austrália)
- Düsseldorf (Alemanha)
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Viena é a cidade com melhor qualidade de vida para expatriados. Lisboa está no 39.º lugar
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