“Não discutimos nenhum corte de taxas de juro”, refere Lagarde
Christine Lagarde reforça a ideia de que o BCE não está condicionado pelo tempo nem pelos investidores para baixar as taxas de juro porque é "apenas dependente dos dados da economia".
O Banco Central Europeu decidiu esta quinta-feira manter inalteradas as taxas diretoras pela segunda vez consecutiva. Porém, um cenário de corte de taxas de juro ainda está longe do horizonte do Conselho de BCE, ao contrário do que está a ser antecipado pelos investidores.
“Somos dependentes dos dados [da economia] e não dependentes do tempo”, referiu a presidente do BCE na conferência de imprensa após o anúncio da decisão do Conselho do banco central do euro, sublinhando que “não foi discutido qualquer corte de taxas de juro”.
Esta posição do BCE contrapõe com o discurso de quarta-feira por parte de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), que foi bastante explícito sobre a possibilidade de a Fed vir a realizar entre três a quatro cortes das Fed Funds em 2024.
Lagarde destacou ainda que, no cenário base do BCE não está uma recessão na Zona Euro, mas salientou que “os riscos para o crescimento da economia são enviesados para o lado negativo.”
“Não achamos que seja altura de ‘baixar a guarda’. Ainda há trabalho a fazer”, referiu Lagarde, reforçando a ideia de que “estamos a assistir uma elevada transmissão da política monetária para a economia” e que o BCE não hesitará “em usar outras ferramentas para preservar esta transmissão.”
Atualmente, os investidores, através da negociação das taxas swap, está a apostar num corte abaixo dos 150 pontos base das taxas diretoras do BCE no próximo ano. Sobre a pressão dos mercados, Lagarde destacou apenas que “entre subidas e cortes [das taxas de juro], há um planalto de pausa.”
Lagarde destacou ainda que, no cenário base do BCE não está uma recessão na Zona Euro, mas salientou que “os riscos para o crescimento da economia são enviesados para o lado negativo.”
Sobre a evolução da inflação, Lagarde nota que a descida da inflação na Zona Euro nos últimos meses “foi generalizada”, mas alerta para que “em dezembro é provável que a inflação aumente” e que os preços diminuam mais lentamente em 2024 por uma questão da base ser também mais reduzida.
“Estamos determinados a assegurar que a inflação regresse atempadamente ao nosso objetivo de médio prazo de 2%”, voltou a reforçar a presidente do BCE, notando ainda que as previsões da instituição apontam para uma taxa de inflação de 2% no terceiro trimestre de 2025.
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