Saiba qual é o salário dos advogados em Portugal
Segundo um estudo da Michael Page, os indicadores do mercado para o próximo ano indicam que não haverá grandes oscilações em termos salariais relativamente a 2023 na maioria dos setores.
Se um advogado associado, 10 anos após fazer o exame final de agregação da Ordem dos Advogados (OA), pode receber até 78.000 euros brutos, sem bónus, em Lisboa numa pequena sociedade, já numa grande sociedade o valor podes ascender aos 150.000 euros. Por outro lado, no Porto, os valores tocam o máximo de 72.000 euros numa firma de pequena dimensão e 102.000 euros numa de maior dimensão. Estas conclusões foram apresentadas pela empresa de recrutamento Michael Page.
“Nos vários setores, é percetível a importância da digitalização, da flexibilidade e novos modelos de trabalho, a par do aumento da profissionalização e surgimento de novas funções, mantendo-se a disputa pelo talento em áreas distintas como IT e Tax & Legal. Em termos salariais, os indicadores de mercado no contexto da atual conjuntura económica, não preveem para o próximo ano grandes oscilações relativamente a 2023 na maioria dos setores“, refere o estudo.
No que concerne às sociedades de pequena dimensão, um estagiário pode receber anualmente até 18.000 euros em Lisboa e 14.400 euros no Porto. Já um associado até três anos pós agregação recebe até 30.000 euros, em Lisboa, e 19.200 euros, no Porto. Os valores vão aumentando consoante o número de anos pós agregação, chegando ao máximo de 78.000 euros anuais em Lisboa e 72.000 euros no Porto para um advogado com mais de 10 anos de atividade.
Por outro lado, num escritório de média ou grande dimensão, ou boutiques especializadas, os valores oscilam entre os 16.800 euros anuais e 150.000 euros em Lisboa e 15.600 euros e 102.000 euros no Porto. Um estagiário na capital chega a receber 30.000 euros brutos em Lisboa, enquanto no Porto auferem 21.600 euros. Nos primeiros anos pós agregação os valores sobrem para os 44.440 euros e 30.000 euros, em Lisboa e Porto respetivamente. Após 10 anos de agregação, os advogados recebem até 150.000 em Lisboa e 102.000 euros no Porto.
Já um diretor jurídico numa pequena empresa ou consultora recebe anualmente entre 32.200 e 45.000 euros em Lisboa e 26.600 e 49.000 euros no Porto. Por outro lado, numa grande empresa os valores aumentam, auferindo até 160.000 euros em Lisboa e 84.000 euros no Porto.
No que toca aos in house e juristas, numa pequena empresa ou consultora estes podem ganhar entre 18.000 e 45.000 euros em Lisboa e 16.800 e 35.000 euros no Porto. Enquanto numa média e grande empresa, podem somar entre 22.400 e 70.000 euros na capital e entre 21.000 e 63.000 euros na cidade invicta.
Já os Tax Manager podem chegar a receber entre 90.000 e 77 euros numa empresa, em Lisboa e no Porto respetivamente, e entre 75.000 e 70.000 euros numa consultora, também nas respetivas localizações. Por fim, um Senior Tax Manager pode auferir entre 21.000 e 40.000 euros em Lisboa e 23.800 e 35.000 euros no Porto, e um Tax Consultant pode ganhar até 21.000 ou 28.000 euros.
“O estudo de remuneração apresentado foi realizado graças ao conhecimento do mercado e à constante relação com clientes e candidatos. A informação contida neste estudo é o resultado de uma análise empírica de três fontes de informação diferentes: base de dados, perfis de candidatos e clientes e publicação de anúncios na imprensa e na internet”, explicou a consultora de recrutamento.
Firmas procuram advogados jovens
O estudo anual da Michael Page sobre as principais tendências do mercado de trabalho para 2024 para quadros executivos em empresas de grande dimensão concluiu ainda que o ano de 2023 ficou marcado pela “continuação do extremo dinamismo”, tendo a procura de perfis por parte dos escritórios de advogados se mantido elevada. “Este dinamismo refletiu-se por um aumento salarial significativo na grande maioria das sociedades, tanto de grande como de média dimensão”, lê-se.
Em 2023, os perfis de advogados mais procurados continuam a ser os com senioridade entre os dois e cinco anos de experiência pós agregação na Ordem dos Advogados, mas também os recém-agregados, “sendo notório o aumento da procura destes perfis mais juniores relativamente aos anos anteriores”.
Também nas empresas, o número de pedidos de advogados e juristas foi elevado, continuando a ser uma tendência. Segundo a Michael Page, a razão prende-se com o “objetivo de continuar a reduzir custos com a externalização de serviços”.
“Tal como em 2022, a tendência na procura de perfis mais seniores (com mais de cinco anos pós agregação) manteve-se por parte de sociedades de advogados em determinadas áreas, tais como, Contencioso, Público, Corporate e M&A, Regulatório e Concorrência, Fiscal, Imobiliário e Penal”, lê-se no estudo
Já no que toca às áreas de prática, a maior afluência de recrutamento registou-se nas áreas de Público, Corporate e M&A, Fiscal, Imobiliário, Laboral, Propriedade Intelectual e TMT. Por parte das empresas, o interesse manteve-se nos perfis mais generalistas e versáteis, com “background nas áreas de Corporate, Civil, Comercial e Laboral, bem como uma acentuada necessidade na área de Proteção de Dados e Compliance”.
“Relativamente ao mercado das Consultoras na área de Tax, a tendência verificada em anos anteriores voltou a registar-se, existindo uma elevada rotatividade nos diferentes departamentos, com a maior procura a verificar-se na posição de Senior, nas diferentes áreas, com ênfase na área de Impostos Indiretos, Imigração e Corporate Tax. Do lado dos consultores, a procura passa por transitar para o denominado “cliente final”, nomeadamente por questões relacionadas com o work/life balance”, referem.
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