Certificados de Aforro registam primeira quebra em quase três anos
Pela primeira vez desde março de 2020, o investimento nos Certificados de Aforro caiu em novembro, depois de o Governo ter cortado a remuneração em junho.
Os Certificados de Aforro registaram em novembro a primeira quebra desde março de 2020. As emissões líquidas foram negativas em quase oito milhões de euros, confirmando a perda de interesse das famílias por estes certificados depois de o Governo ter cortado a remuneração em junho.
Há meses que os Certificados de Aforro vêm perdendo brilho junto do pequeno aforrador, contrastando com a autêntica corrida verificada na primeira metade do ano, período em que as subscrições líquidas atingiram um ritmo mensal de 2,3 mil milhões de euros.
Em junho, numa decisão envolta em polémica, o Governo decidiu cortar a remuneração máxima de 3,5% para 2,5% quando lançou a nova série F destes certificados. Desde então, as subscrições baixaram consideravelmente e em novembro até foram negativas, com o stock total de Certificados de Aforro a baixar para 34 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal.
Em relação aos Certificados do Tesouro, continuaram a perder dinheiro pelo 25.º mês seguido. As aplicações recuaram 236 milhões de euros em novembro. As famílias têm 11,2 mil milhões de euros aplicados nestes certificados, o valor mais baixo desde novembro de 2016.
Ao todo, os portugueses têm 45,3 mil milhões de euros investidos em certificados. Uma análise da UTAO revelou que o Estado já está a pagar mais de 1.000 milhões em juros com Certificados de Aforro e do Tesouro.
Para o próximo ano, o Governo nem está a contar com as poupanças das famílias para se financiar. A proposta de Orçamento do Estado prevê uma contribuição nula dos Certificados de Aforro e dos Certificados do Tesouro no financiamento do Estado para 2024.
(Notícia atualizada às 12h29)
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