Obrigações vivem rally recorde de dois meses e invertem quedas no ano

A expectativa que a Fed acelere a descida de juros em 2024 também está a suportar o euro, em máximos de cinco meses.

O mercado de obrigações regista uma forte recuperação nos últimos dois meses, com as obrigações a acumularem um ganho recorde em novembro e dezembro, impulsionadas pela mudança de estratégia dos principais bancos centrais no último trimestre. A correção das yields das obrigações está a refletir-se no mercado cambial, com o dólar a desvalorizar face ao euro.

Os juros das obrigações têm aliviado nas últimas semanas, com as americanas treasuries a dez anos a corrigirem 50 pontos bases em dezembro, depois de já terem recuado outros 53 pontos em novembro, para transacionarem nos 4,5%. Este movimento é o espelho do que tem acontecido no mercado obrigacionista, com as yields a corrigirem e os preços das obrigações a aumentarem, face à mudança de orientação na política monetária.

O índice global de dívida do ICE Bank of America (BofA), que inclui títulos de dívida pública e de empresas, dispara 7% nos últimos dois meses, naquele que é o maior ganho acumulado em dois meses desde que estes dados começaram a ser recolhidos, em 1997.

A expectativa dos investidores é que tanto a Reserva Federal dos Estados Unidos, como o Banco Central Europeu (BCE) já tenham concluído o atual ciclo de subida de juros, prevendo-se várias descidas em 2024, com a taxa de inflação a dar sinais de estar controlada.

Vários membros do BCE e da Fed suavizaram o seu discurso, abrindo a porta a descidas de taxas. O presidente da Fed, Jerome Powell, disse mesmo que as subidas de juro estavam terminadas, contribuindo para o otimismo dos investidores.

Após a escalada registada nos dois últimos meses, as obrigações saíram de terreno negativo, preparando-se para fechar positivas, após dois anos de quedas.

Euro em máximos de cinco meses

A expectativa de mais descidas de juros nos EUA, em 2024, está também a ter impacto no mercado cambial, com o dólar a desvalorizar face às principais divisas mundiais. O euro segue a negociar em máximos de cinco meses.

O índice do dólar, que mede o comportamento da nota verde face a seis moedas, recuou para um novo mínimo de cinco meses, para 100,76 pontos. Desde o início do ano, o índice cai 2,6%. A moeda europeia seguia a negociar nos 1,1117 dólares, tendo já tocado na sessão nos 1,1125 dólares, o valor mais elevado em cinco meses.

As novas expectativas do mercado atribuem uma probabilidade de 88% de um corte de juros nos EUA em março de 2024, segundo a Reuters. O mercado de futuros está a descontar um corte de 150 pontos base na taxa diretora da Fed, que está atualmente num intervalo entre 5,25% e 5,5%.

Quanto ao BCE, apesar da presidente Christine Lagarde, ter mantido um discurso menos otimista que Powell na reunião de dezembro, os investidores estão a descontar um corte de 165 pontos base nas taxas de juro na Zona Euro, no próximo ano.

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